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Qual capital lidera o ranking de bem-estar urbano no Brasil?

Entre as 27 capitais, Vitória (ES) lidera o ranking de bem-estar - Divulgação
Entre as 27 capitais, Vitória (ES) lidera o ranking de bem-estar Imagem: Divulgação

Em São Paulo

27/09/2016 08h45

Levantamento inédito do Observatório das Metrópoles, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revela que o Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu) da cidade de São Paulo é pior do que o indicador de capitais como Goiânia (GO), Aracaju (SE) e Palmas (TO). A pesquisa mediu o bem-estar nos 5.565 municípios do país.

Entre as 27 capitais, a cidade paulista ocupa a 12ª posição, com índice de 0,8119 --ela está no 1.897º lugar entre todas as cidades do país. Vitória (ES) lidera, com 0,9. Quanto mais próximo de 1,0, melhor é a condição de bem-estar urbano.

No ranking geral, considerando todos os municípios do Brasil, as cinco primeiras colocadas estão no Estado de São Paulo. Buritizal é a campeã nacional (0,951). Na 5.565.ª posição, o pior índice é de Presidente Sarney (MA), com 0,444.

Ranking das 27 capitais brasileiras

  1. Vitória (ES) - 0,9000
  2. Goiânia (GO) - 0,8742
  3. Curitiba (PR) - 0,8740
  4. Belo Horizonte (MG) - 0,8619
  5. Porto Alegre (RS) - 0,8499
  6. Campo Grande (MS) - 0,8275
  7. Aracaju (SE) - 0,8214
  8. Rio de Janeiro (RJ) - 0,8194
  9. Florianópolis (SC) - 0,8161
  10. Brasília (DF) - 0,8131
  11. Palmas (TO) - 0,8129
  12. São Paulo (SP) - 0,8119
  13. João Pessoa (PB) - 0,7992
  14. Fortaleza (CE) - 0,7819
  15. Recife (PE) - 0,7758
  16. Salvador (BA) - 0,7719
  17. Cuiabá (MT) - 0,7704
  18. Natal (RN) - 0,7383
  19. Boa Vista (RR) - 0,7249
  20. Teresina (PI) - 0,7218
  21. Maceió (AL) - 0,7036
  22. São Luís (MA) - 0,7003
  23. Rio Branco (AC) - 0,6972
  24. Manaus (AM) - 0,6903
  25. Belém (PA) - 0,6593
  26. Porto Velho (RO) - 0,6542
  27. Macapá (AP) - 0,6413

O estudo Ibeu Municipal avaliou cinco indicadores de qualidade: mobilidade urbana, como o tempo de deslocamento de casa para o trabalho; condições ambientais (arborização, esgoto a céu aberto, lixo acumulado); condições habitacionais (número de pessoas por domicílio e de dormitórios); serviços coletivos urbanos (atendimento adequado de água, esgoto, energia e coleta de lixo); e infraestrutura.

A dimensão que apresenta a pior situação de bem-estar, nacionalmente, é a infraestrutura das cidades: 91,5% dos municípios estão em níveis ruins e muito ruins. Para avaliar a infraestrutura, o Observatório considerou sete indicadores: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Somente um município apresenta condição muito boa de infraestrutura: Balneário Camboriú (SC).

Para Marcelo Ribeiro, professor da UFRJ e pesquisador do Observatório, o Ibeu revela uma desigualdade regional. "Os municípios que apresentaram as melhores condições estão nas regiões Sudeste e Sul, um pouco no Centro-Oeste. Os piores índices, em geral, estão no Norte e Nordeste, e também no Centro-Oeste, uma zona de transição", disse.

Arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Lúcio Gomes Machado destaca que Palmas e Brasília, com melhores Índices do que a capital paulista, são cidades planejadas.

"Uma cidade razoavelmente planejada, ainda que seja mal gerida, carrega durante bom tempo esse planejamento como trunfo positivo."

Segundo Machado, a falta de integração com os municípios da região metropolitana e o crescimento desordenado de São Paulo ajudam a explicar a 12ª posição entre as capitais.

Em nota, o governo do Estado disse que "trabalha continuamente para garantir as condições necessárias ao crescimento dos municípios paulistas". Procurada, a Prefeitura de São Paulo não comentou.

Campeã

Há um ano, a administradora Janete Rodrigues, 40, trocou uma vida agitada em Belo Horizonte, metrópole de 2,5 milhões de habitantes, pelos dias pacatos em Buritizal, de 4.077 moradores, no norte do Estado de São Paulo.

Ela gostou tanto do lugar que decidiu fincar raízes: arrendou uma pousada e levou o filho de 16 anos para a cidade paulista.

"Estava num nível de estresse muito alto. Vim a passeio, ver minha mãe, e decidi ficar. Aqui é tudo organizado, parece que cada coisa está em seu lugar. Já dispensei os remédios para o estresse", disse Janete.

A cidade é planejada. Todas as ruas têm rampas para cadeirantes e não há terrenos vazios na área urbana de Buritizal. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".