Universidade reprova todos os candidatos em 'vestibular' na Libéria
A ministra da Educação da Libéria afirmou nessa segunda-feira (26) não conseguir acreditar que nenhum dos alunos foi aprovado no exame de admissão para a universidade, uma espécie de vestibular local.
Quase 25 mil alunos foram reprovados no teste para estudar na Universidade da Libéria, uma das duas universidades públicas do país.
Um funcionário da instituição disse à BBC que "faltava entusiasmo aos estudantes" e que eles "não tinham sequer uma compreensão básica de inglês".
O país se recupera de uma guerra civil brutal que terminou há uma década.
'Sonhos despedaçados'
A presidente liberiana, a prêmio Nobel da Paz Ellen Johnson Sirleaf, admitiu recentemente que o sistema educacional do país ainda é "uma bagunça" e que muito precisa ser feito para melhorá-lo.
Em muitas escolas, falta material e os professores são pouco qualificados, segundo o correspondente da BBC Jonathan Paye-Layleh na capital, Monrovia.
No entanto, de acordo com Paye-Layleh, essa é a primeira vez que cada um dos estudantes ─ que pagaram cerca de US$ 25 (R$ 59) pela inscrição ─ falhou.
Isso significa que a universidade, atualmente superlotada, não terá nenhum aluno do primeiro semestre no próximo ano acadêmico, que começa no mês que vem.
Estudantes afirmaram que o resultado era "inacreditável" e que seus sonhos foram despedaçados, diz Paye-Layleh.
A ministra da Educação Etmonia David-Tarpeh disse ao programa da BBC Focus on Africa que pretende se encontrar com representantes da universidade para discutir a reprovação.
"Eu sei que há muitas fragilidades nas escolas, mas que um grupo de pessoas faça as provas e seja reprovado, eu tenho minhas dúvidas sobre isso", disse David-Tarpeh. "É como assassinato em massa."
A ministra afirmou que conhece alguns dos alunos e as escolas que eles frequentam.
"Não são só escolas que dão notas às pessoas. Eu realmente gostaria de ver os resultados dos estudantes", afirmou.
O porta-voz da universidade, Momodu Getaweh, disse à BBC que a instituição mantém sua decisão e que não será influenciada pela "emoção".
"De inglês, que é como a mecânica dos idiomas, eles não sabiam nada. Então o governo tem que fazer algo", disse Getaweh.
"A guerra acabou há 10 anos. Precisamos deixar isso para trás e ser realistas."
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