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Marcada por morte de jovem jogador, Copa das Crianças de Rua começa no Rio

29/03/2014 16h54

Meninos e meninas de 19 diferentes países dão início neste domingo no Rio de Janeiro à segunda edição da Copa do Mundo das Crianças de Rua (Street Child World Cup), a pouco menos de três meses do Mundial da Fifa.

Criado pela ONG britânica Save the Children na Copa da África do Sul, em 2010, o torneio conta neste ano com 230 crianças divididas em nove times femininos e 15 masculinos de mais de 20 países, e a final será realizada no estádio do Fluminense, nas Laranjeiras.

Figuras de peso como Pelé e David Beckham vêm apoiando a iniciativa. "Eu marquei meu milésimo gol no Rio de Janeiro e ofereci meu milésimo gol para as crianças", disse o craque brasileiro.

Para o britânico, o esporte pode ajudar a transformar vidas. "Eu sei por experiência própria o poder que o futebol pode ter para inspirar e mudar as vidas dos jovens, independentemente de suas histórias ou nacionalidade", afirmou Beckham.

O evento dura dez dias no total e inclui uma série de atividades artísticas, discussões e diferentes sessões que colocarão em contato crianças de países como Índia, Tanzânia, África do Sul, EUA, Reino Unido e Indonésia.

Para a Save the Children a Copa é uma oportunidade de promover o protagonismo juvenil e empoderar essas crianças a criarem um novo futuro, escapando do ciclo de pobreza - além de "desafiar os estereótipos" que cercam os jovens que passam boa parte de sua vida nas ruas.

Tragédia

A equipe do Brasil jogará neste domingo contra a Indonésia.

Mas não só boas notícias que cercam a preparação do torneio. O capitão do time brasileiro, Rodrigo Kelton, de 14 anos, foi assassinado em Fortaleza no dia 14 de fevereiro.

Assim como os pais, que são usuários de drogas, o menino vagava pelas ruas da capital cearense com o irmão mais velho, que de acordo com a imprensa local praticava furtos e roubos.

Segundo relatos o garoto foi executado com cinco tiros por um homem que se aproximou de bicicleta quando ele já estava na rua de casa.

Ajudado por educadores da ONG Associação Beneficente O Pequeno Nazareno, que ficou responsável por organizar o time masculino do Brasil para a Copa das Crianças de Rua, o menino via no futebol a esperança de uma nova vida e chegou a sonhar que olheiros europeus se interessassem por ele durante as partidas no Rio.