Balsa coreana: mais corpos são resgatados e parentes se desesperam
Famílias dos passageiros da balsa sul-coreana que afundou protestaram furiosamente contra a operação de resgate neste domingo - o número de mortes confirmadas agora passa de 50.
A polícia parou até 100 pessoas que tentavam deixar a ilha Jindo, ao sul do país, com a intenção de marchar até a capital Seul, 420 quilômetros ao norte.
Depois de mais de três dias tentando, os mergulhadores finalmente entraram na balsa e recuperaram 26 corpos, elevando o número de mortos para 58. Contudo, outro 244 pessoas ainda estão desaparecidas desde o acidente de quarta-feira. Outros 174 passageiros foram resgatados.
Centenas de familiares estão acampados em um ginásio na ilha, aguardando notícias da operação de resgate.
Ocorreram tumultos quando alguns tentaram atravessar uma ponte para o continente, supostamente para marchar até a sede presidencial em Seul.
Parentes estão ansiosos para que os corpos sejam recuperados antes de se decompor. "Traga-me o corpo para que eu possa ver o rosto e abraçar o meu filho", gritou uma mulher.
Jonathan Head, correspondente da BBC em Jindo, contou que mesmo o primeiro-ministro desceu para tentar dissuadir os manifestantes de marchar para Seul, com o governo preocupado que a controvérsia possa se transformar em uma questão política nacional.
Cerca de 200 navios, 34 aeronaves e 600 mergulhadores participam da operação de busca, diz o correspondente.
Mas as correntes ainda são fortes e a visibilidade permanece desafiadora.
O oficial da guarda costeira Koh Myung-seok informou que os mergulhadores tinham descoberto corpos em diferentes locais do navio.
'Inexperiente'
O capitão e dois outros membros da tripulação estão sob custódia e foram acusados de negligência do dever e de violação do direito marítimo.
Autoridades disseram no sábado que a balsa estava sendo dirigida pelo terceiro-tenente, inexperiente em águas desconhecidas quando o navio afundou.
O capitão da balsa disse ontem que não deu ordens imediatas de evacuação quando o barco começou a virar porque temia que os passageiros fossem arrastados pelo mar, que tem correntes fortes no local do acidente.
As causas do acidente ainda não estão esclarecidas. A balsa, que navegava de Incheon, no noroeste, para uma ilha ao sul, virou e afundou em duas horas na quarta-feira.
Alguns especialistas acreditam que uma curva fechada feita pouco antes do acidente pode ter movido carga pesada e desestabilizado o navio, enquanto outros sugerem que o naufrágio pode ter sido causado por uma colisão com uma rocha.
Cerca de 350 das pessoas a bordo eram estudantes de uma escola de Seul e estavam em uma excursão escolar quando a balsa afundou.
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