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Como é o presídio para onde foram levados suspeitos da Lava Jato

Ben Tavener

Do Paraná para a BBC Brasil

26/05/2015 16h55

Quatro investigados pela operação Lava Jato - o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR, atualmente sem partido), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Côrrea (PP-PE) - foram transferidos nesta terça-feira para o Complexo Médico Penal (CMP), na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.

Eles estavam presos na carceiragem da Polícia Federal em Curitiba e sua transferência para o CMP foi autorizada na segunda-feira pelo juiz federal Sérgio Moro. Com a chegada dos quatro, o Complexo passa a abrigar nove presos pelo esquema de corrupção na Petrobras.

Atualmente, Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras; Guilherme Esteves de Jesus, investigado por lavagem de dinheiro, e os empresários Fernando Soares (conhecido como "Fernando Baiano"), Mário Góes e Adir Assad, apontados como operadores no esquema, estão detidos no CMP.

Também já passaram pelo local executivos das empreiteiras OAS, Mendes Júnior, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia, libertados por decisão do Supremo Tribunal Federal no final do mês de abril. Eles estão em prisão domiciliar desde então.

A BBC Brasil visitou o Complexo Médico Penal e algumas das celas destinadas aos presos na operação Lava Jato.

A maior parte das celas no CMP são sujas e apertadas. Algumas tem até seis camas e estão frequentemente abarrotadas de cadeiras de rodas e equipamento médico. Alguns dos prisioneiros têm doenças mentais e outros têm problemas de saúde mais sérios.

Ao contrário do que ocorre em outras prisões, aqui o pátio que os detentos frequentam é um ambiente calmo. O CMP também abriga um número de presos acima de sua capacidade - são 692 pessoas para 554 vagas -, mas há bastante rotatividade. De acordo com os funcionários, cerca de 50 detentos chegam e saem do local todos os dias.

As três celas da imagem acima - de números 601, 602 e 603, já abrigaram executivos envolvidos na Lava Jato. Três detentos ocupam cada cela, onde têm acesso a colchões e travesseiros mais limpos e confortáveis. Eles também têm televisões, livros e artigos de escritório.

No momento da visita da BBC Brasil, os detentos estavam rodeados de documentos pessoais. Esta ala da prisão é limpa e parece ter sido reformada recentemente, mas outros prisioneiros nesta parte do CMP reclamam da comida servida a eles, algo comum em presídios brasileiros.

Todos os prisioneiros que chegam aqui fazem uma série de exames médicos - desde pressão arterial até saúde mental.