Telefonema revela que capitão abandonou navio naufragado
Um telefonema entre o capitão do cruzeiro "Costa Concordia", que naufragou na sexta-feira em águas na Itália, e a Capitania dos Portos publicado nesta terça-feira na imprensa italiana confirma que ele deixou o navio antes da retirada de todos os passageiros e não voltou apesar de ter recebido ordem para retornar.
A imprensa italiana transcreve nesta terça trechos da conversa entre o capitão Francesco Schettino, de 52 anos, e a Capitania dos Portos que revelam que ocultou o motivo do naufrágio.
Cruzeiro naufraga na itália
Às 21h54 (18h54 de Brasília), com o navio já encalhado em frente à ilha de Giglio, no centro da Itália, o capitão garantiu que tudo estava bem e enfrentava apenas um problema técnico.
Segundo o "Corriere della Sera", a Capitania perguntou a Schettino às 0h32 (21h32 de Brasília) quantas pessoas ainda restavam a bordo. Embora a embarcação estivesse cheia, o comandante respondeu que apenas entre 200 e 300.
A resposta fez levantar suspeitas à Capitania que perguntou se ele ainda estava a bordo e Schettino confessou que o navio estava inclinando e ele havia deixado o barco.
"Mas como que abandonou a nave?", perguntaram a partir da Capitania.
Mesmo que o capitão tenha se retratado dizendo que não tinha abandonado o cruzeiro, a partir da Capitania ninguém conseguiu encontrá-lo.
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"Volte imediatamente a bordo, suba pela escada de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas há lá dentro: crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada categoria", acrescentaram.
"Comandante, é uma ordem, agora comando eu. Anteriormente o senhor declarou que havia abandonado o navio, volte à proa e coordene o resgate porque há mortos", exigiram.
Conforme os investigadores, Schettino que estava em terra firme e não retornou ao transatlântico perguntou quantos corpos havia.
"É o senhor quem tem de me dizer quantos. O que quer fazer? Ir para sua casa? Volte imediatamente e nos diga o que é preciso fazer, quantas pessoas restam e o que necessitam", ordenaram a partir da Capitania.
O comandante garantiu que voltaria, mas testemunhas e investigadores que cuidam do caso, afirmam que ele não voltou e o viram pegar um táxi em direção a um hotel.
Como informou a empresa dona do transatlântico, a Costa Cruzeiros, o naufrágio foi causado por um "erro humano" do capitão que aproximou a embarcação até 150 metros do litoral dessa pequena ilha do mar Tirreno. A manobra acabou levando o barco para as rochas.
Até o momento seis corpos foram resgatados. As equipes ainda procuram 29 desaparecidos.
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