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Multidão sai às ruas para receber o corpo do rei do Camboja

17/10/2012 09h12

(Atualiza com declarações do Governo)

Bangcoc, 17 out (EFE).- Dezenas de milhares de cambojanos receberam nesta quarta-feira nas ruas de Phnom Penh o caixão com os restos mortais do rei do Camboja, Norodom Sihanouk, que morreu anteontem em Pequim aos 89 anos.

O atual soberano e filho mais novo de Sihanouk, Norodom Sihamoni, e o primeiro-ministro do país, Hun Sen, acompanharam o caixão durante sua viagem desde a capital chinesa.

As imagens divulgadas pela televisão estatal mostram o caixão sendo levado em um ônibus enfeitado que era escoltado por um comboio integrado por vários veículos.

Cambojanos de todas as gerações aguardaram a chegada do caixão ao aeroporto de Pochentong e nas ruas pelas quais foi transportado até o Palácio Real, situado às margens do rio Tonle Sap.

Segundo o porta-voz do governo, Khieu Kanharith, "há mais de 100 mil pessoas concentradas nas ruas próximas ao palácio e outros ainda estão chegando".

As pessoas estão nas calçadas, nos carros, nos muros e, até mesmo, nos telhados das casas para poder assistir a passagem do corpo do monarca pela capital de Phnom Penh, completou o porta-voz.

O corpo de Sihanouk, que foi coroado rei em duas ocasiões, desempenhou a chefia do Governo durante 15 anos e também foi líder da resistência ao longo da invasão do Camboja por parte das tropas vietnamitas, será exposto ao longo de três meses no Palácio Real.

Os restos mortais de Sihanouk, que durante a última década de sua vida lutou contra um câncer de próstata, diabetes e doenças cardiovasculares, serão incinerados em janeiro no transcurso de um funeral de Estado e seguindo o ritual budista, indicou o Governo cambojano em comunicado.

O Governo declarou uma semana de luto oficial e ordenou às emissoras de televisão e rádio que não transmitam programas que possam arranhar a imagem de Sihanouk, considerado por muitos cambojanos a máxima autoridade moral do país.

Sihanouk foi coroado rei pela primeira vez em 1941, quando ainda não tinha completado 19 anos. Após assumir o trono, o jovem monarca conduziu o Camboja à independência da França, alcançada no ano de 1953.

Após sua abdicação em 2004, Sihanouk se afastou de sua vida pública e fixou sua residência oficial na cidade de Siem Reap, no noroeste do Camboja, embora seguisse com regularidade para Pequim para ser consultado pelos médicos chineses.