Papa Francisco celebra missa em reformatório e lava pés de jovem muçulmana
Juan Lara.
Cidade do Vaticano, 28 mar (EFE).- O papa Francisco celebrou no centro corretivo de menores de Casal del Marmo, em Roma, a Missa do Jantar do Senhor da Quinta-Feira Santa, durante a qual lavou os pés de 12 jovens reclusos, entre eles duas moças, uma católica e outra muçulmana, assim como Jesus fez com os apóstolos.
"Isto é o que Jesus nos ensina e isto é o que eu faço. É meu dever, sai do meu coração e amo fazer isso", disse o papa.
O pontífice assegurou que o lava-pés "é um carinho de Jesus" e ressaltou: "Entre nós o que está mais alto deve estar a serviço dos outros e isso é o que faço lavando os pés, um dever como bispo e como sacerdote".
O Bispo de Roma lavou os pés ajoelhado, depois os secou e os beijou. Durante a cerimônia, beijou os 12 jovens e lhes deu pessoalmente a comunhão.
Francisco afirmou sentir-se "feliz" entre os jovens e declarou que "as coisas do coração são assim" e, dirigindo-se diretamente a eles, disse: "Não deixe que lhe roubem a esperança, sempre com a esperança pela frente, entendido?".
Esta foi a primeira vez que um papa celebra a missa da Quinta-Feira Santa em um centro corretivo e não na basílica de São João de Latrão, que é a catedral de Roma e a que lhe pertence como bispo da cidade.
Visto que Francisco, eleito papa no dia 13 de março, ainda não tomou posse de São João de Latrão (fará isso no dia 7 de abril), em princípio o Vaticano anunciou que realizaria os ofícios da Quinta-Feira Santa na Basílica de São Pedro.
Porém, o papa preferiu celebrá-la neste reformatório de menores, que já foi visitado em 1980 por João Paulo II e em 2007 por Bento XVI, e no qual se encontram reclusos 46 jovens, 35 meninos e 11 meninas de entre 14 e 21 anos.
São oito italianos e os demais estrangeiros, em sua maioria norte-africanos e eslavos.
A missa foi realizada na capela do reformatório e por expressa vontade do papa foi "muito simples". Durante a homilia, Francisco pediu que os jovens esqueçam as ofensas e disse que as pessoas têm que ajudar umas a outras.
"Esqueçam os incômodos e, se lhes pedem um favor, façam-no. Ajudem uns aos outros. Isso é o que Jesus nos ensina. Ajudar-nos sempre, assim se faz o bem", declarou antes de iniciar o lava-pés.
Os escolhidos foram 12 jovens de diferentes religiões e nacionalidades, entre eles duas mulheres, uma italiana católica e uma sérvia muçulmana, outro gesto do papa que chamou a atenção, visto que os apóstolos eram todos homens.
O pontífice se colocou para o lavatório um avental confeccionado pela Comunidade Villa San Francisco, no norte da Itália, que acolhe jovens com problemas familiares e pessoais, com fios provenientes de Betania e Jericó, na Palestina.
As leituras da missa e as preces correram a cargo dos jovens. O papa concelebrou com o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini; o capelão do reformatório, Gaetano Greco; e o Substituto da Secretária de Estado ("número três" do Vaticano, Angelo Becciu.
Após a missa, Francisco se reuniu com todos os reclusos e os funcionários de centro corretivo, cerca de 150 pessoas, no ginásio do reformatório.
Os jovens presentearam o papa com um crucifixo e um reclinatório de madeira, fabricados por eles na oficina de artesanato do centro, enquanto o pontífice lhes levou os tradicionais ovos de Páscoa e outros doces típicos italianos.
A missa também foi assistida pela ministra de Justiça italiana interina, Paola Severino, e a chefe do Departamento de Justiça de Menores, Caterina Chinnici.
Visto que se tratava de um reformatório de menores, o Vaticano não transmitiu o ato pela televisão.
Francisco também celebrou hoje no Vaticano a Missa Crismal, que marca o começo do Tríduo Pascal, em cuja homilia disse que os sacerdotes não podem ser gestores, mas sim ir à "periferia", onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus".
O papa celebrará amanhã, Sexta-Feira Santa, na Basílica de São Pedro, a Paixão do Senhor e pela noite presidirá no Coliseu de Roma a Via-Sacra.
Cidade do Vaticano, 28 mar (EFE).- O papa Francisco celebrou no centro corretivo de menores de Casal del Marmo, em Roma, a Missa do Jantar do Senhor da Quinta-Feira Santa, durante a qual lavou os pés de 12 jovens reclusos, entre eles duas moças, uma católica e outra muçulmana, assim como Jesus fez com os apóstolos.
"Isto é o que Jesus nos ensina e isto é o que eu faço. É meu dever, sai do meu coração e amo fazer isso", disse o papa.
O pontífice assegurou que o lava-pés "é um carinho de Jesus" e ressaltou: "Entre nós o que está mais alto deve estar a serviço dos outros e isso é o que faço lavando os pés, um dever como bispo e como sacerdote".
O Bispo de Roma lavou os pés ajoelhado, depois os secou e os beijou. Durante a cerimônia, beijou os 12 jovens e lhes deu pessoalmente a comunhão.
Francisco afirmou sentir-se "feliz" entre os jovens e declarou que "as coisas do coração são assim" e, dirigindo-se diretamente a eles, disse: "Não deixe que lhe roubem a esperança, sempre com a esperança pela frente, entendido?".
Esta foi a primeira vez que um papa celebra a missa da Quinta-Feira Santa em um centro corretivo e não na basílica de São João de Latrão, que é a catedral de Roma e a que lhe pertence como bispo da cidade.
Visto que Francisco, eleito papa no dia 13 de março, ainda não tomou posse de São João de Latrão (fará isso no dia 7 de abril), em princípio o Vaticano anunciou que realizaria os ofícios da Quinta-Feira Santa na Basílica de São Pedro.
Porém, o papa preferiu celebrá-la neste reformatório de menores, que já foi visitado em 1980 por João Paulo II e em 2007 por Bento XVI, e no qual se encontram reclusos 46 jovens, 35 meninos e 11 meninas de entre 14 e 21 anos.
São oito italianos e os demais estrangeiros, em sua maioria norte-africanos e eslavos.
A missa foi realizada na capela do reformatório e por expressa vontade do papa foi "muito simples". Durante a homilia, Francisco pediu que os jovens esqueçam as ofensas e disse que as pessoas têm que ajudar umas a outras.
"Esqueçam os incômodos e, se lhes pedem um favor, façam-no. Ajudem uns aos outros. Isso é o que Jesus nos ensina. Ajudar-nos sempre, assim se faz o bem", declarou antes de iniciar o lava-pés.
Os escolhidos foram 12 jovens de diferentes religiões e nacionalidades, entre eles duas mulheres, uma italiana católica e uma sérvia muçulmana, outro gesto do papa que chamou a atenção, visto que os apóstolos eram todos homens.
O pontífice se colocou para o lavatório um avental confeccionado pela Comunidade Villa San Francisco, no norte da Itália, que acolhe jovens com problemas familiares e pessoais, com fios provenientes de Betania e Jericó, na Palestina.
As leituras da missa e as preces correram a cargo dos jovens. O papa concelebrou com o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini; o capelão do reformatório, Gaetano Greco; e o Substituto da Secretária de Estado ("número três" do Vaticano, Angelo Becciu.
Após a missa, Francisco se reuniu com todos os reclusos e os funcionários de centro corretivo, cerca de 150 pessoas, no ginásio do reformatório.
Os jovens presentearam o papa com um crucifixo e um reclinatório de madeira, fabricados por eles na oficina de artesanato do centro, enquanto o pontífice lhes levou os tradicionais ovos de Páscoa e outros doces típicos italianos.
A missa também foi assistida pela ministra de Justiça italiana interina, Paola Severino, e a chefe do Departamento de Justiça de Menores, Caterina Chinnici.
Visto que se tratava de um reformatório de menores, o Vaticano não transmitiu o ato pela televisão.
Francisco também celebrou hoje no Vaticano a Missa Crismal, que marca o começo do Tríduo Pascal, em cuja homilia disse que os sacerdotes não podem ser gestores, mas sim ir à "periferia", onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus".
O papa celebrará amanhã, Sexta-Feira Santa, na Basílica de São Pedro, a Paixão do Senhor e pela noite presidirá no Coliseu de Roma a Via-Sacra.
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