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Jihadistas estão a 5 quilômetros da fronteira da Turquia, segundo refugiados

22/09/2014 11h19

Istambul, 22 set (EFE).- A tropas do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) estão a cinco quilômetros da fronteira entre Síria e Turquia, enquanto milhares de curdos sírios seguem tentando passar para território turco, segundo a emissora "NTV" informou nesta segunda-feira com base em depoimentos de refugiados.

Milhares de veículos estão abandonados no lado sírio da fronteira pelas milhares de famílias curdas da Síria que fogem rumo ao norte.

De acordo com a "NTV", é possível escutar com nitidez disparos de artilharia na fronteira.

Segundo dados oficiais, 130 mil cidadãos sírios fugiram para a Turquia desde que as autoridades abriram a cerca em frente à cidade síria de Kobani, habitada em sua grande maioria por curdos.

De acordo com a "NTV", os refugiados pediram para as autoridades turcas permissão para atravessar a fronteira com seus carros, o que foi negado.

A Turquia abriu na sexta-feira oito passagens improvisadas no alambrado que separa os dois países. A passagem oficial na fronteira, no entanto, não foi desbloqueada.

Desde ontem, no entanto, apenas dois pontos de cruzamento estão funcionando e a entrada está ocorrendo de forma mais ordenada. Todos os refugiados estão sendo registrados, ao contrário do que ocorreu nos primeiros dias, disse hoje o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus.

O dirigente afirmou que grande parte dos refugiados está com familiares na região fronteiriça e que outros foram transferidos para lugares mais afastados, mas que tudo "está sob controle".

O deputado opositor Nurettin Demir, no entanto, disse à Agência Efe que a situação é crítica.

"As pessoas não vem sozinhas, trazem seus rebanhos, já que necessitam dos animais para sobreviver. Muitas pessoas têm problemas de saúde e seria preciso enviar unidades médicas móveis. Também seria preciso distribuir comida aos que estão esperando para entrar na Turquia", alertou.

As autoridades já abriram um acampamento provisório para 10 mil pessoas, enquanto as pessoas mais vulneráveis foram enviadas para alguns dos 22 acampamentos já estabelecidos e mais equipados, explicaram ontem à Agência Efe fontes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).