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Operação prende mais de 100 acusados de vínculos com terrorismo no Paquistão

Em Islamabad

22/12/2014 09h05

As forças de segurança do Paquistão detiveram nesta segunda-feira (22) 117 pessoas em Islamabad que estariam vinculadas a atividades terroristas, e um tribunal ordenou a suspensão de várias execuções de condenados por terrorismo.

Os 117 detidos se somam aos cerca de 400 presos no sábado passado na capital paquistanesa em uma operação conjunta do Exército, da polícia e dos serviços secretos paquistaneses, disse à Agência Efe um porta-voz das forças de segurança, Choudhary Rehmat.

Rehmat informou que 20 dos últimos detidos são afegãos que se encontram em situação irregular no Paquistão e que teriam dado cobertura a insurgentes.

Um porta-voz da polícia, Imtiaz Noman, afirmou que as forças de segurança apreenderam armas ilegais. Os detidos foram transferidos a um lugar não revelado para serem interrogados.

As detenções fazem parte da resposta do governo do Paquistão ao ataque a uma escola na terça-feira em Peshawar, no noroeste do país, em que 132 crianças e 12 funcionários foram mortos, ataque reivindicado por um grupo taleban.

Após esse ataque, o governo do país asiático suspendeu a moratória vigente desde 2008 na execução de penas de morte e no fim de semana seis condenados por terrorismo foram enforcados.

No entanto, a Corte Suprema de Lahore, capital da província de Punjab, anunciou hoje a suspensão da execução de outros cinco condenados na prisão de Kot Lakhpat, após o pedido do advogado de um deles que alegou indefesa, segundo o jornal local "Dawn".

Os presos foram sentenciados à pena capital por um tribunal militar pelo ataque a um acampamento do Exército em 2012 que matou sete membros das forças de segurança.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, suspendeu a moratória um dia depois do massacre na escola e seu governo anunciou a execução de 17 condenados por terrorismo.

O principal grupo taleban paquistanês, o TTP, reivindicou o ataque e disse que foi uma resposta à operação militar que desde junho o governo mantém no Waziristão do Norte e que em outubro se estendeu a Khyber, em que já morreram mais de 1.100 insurgentes segundo fontes oficiais.