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Mujica celebrou Natal acompanhado de crianças, idosos e doentes

24/12/2014 14h56

Montevidéu, 24 dez (EFE). - O presidente do Uruguai, José Mujica, cumpriu com sua tradição natalina ontem e organizou um almoço na residência presidencial tendo como convidados crianças, aposentados e pacientes psiquiátricos, informou nesta quarta-feira à Agência Efe o Hospital Vilardebó, em Montevidéu.

A reunião, realizada ontem ao meio-dia, foi "espetacular", garantiu à Efe a enfermeira Selva Tabeira, coordenadora departamental do hospital, que permite aos pacientes psiquiátricos perigosos aprender ofícios artesanais, como carpintaria e pintura.

Ela afirmou que este é o terceiro ano em que o grupo recebe o convite de Mujica às vésperas do Natal para participar do assado nos jardins da Residência de Suárez. Mesas são colocadas no entorno da casa do século XIX, destinada a ser o lar oficial dos líderes do país, mas que Mujica preferiu não utilizar com este fim durante seu mandato, já que optou por continuar morando em seu domicílio habitual, uma chácara na parte rural da capital.

"O presidente é uma referência para os pacientes, porque sempre os apoiou e sempre tem a delicadeza de pedir que levem o cordeiro que sobra do assado para os que não puderam ir", disse Selva.

Em discurso após o almoço coletivo, Mujica disse que o encontro era para ser uma "pequena amostra republicana" para que todos se lembrem de que "qualquer que sejam as circunstâncias ninguém é melhor do que ninguém".

Entre os presentes do já tradicional assado também estavam 500 meninos e meninas do Instituto da Criança e do Adolescente do Uruguai (Inau) de todo o país e idosos de lares do Banco da Previdência Social (BPS) e do Centro Piñeyro del Campo.

Mujica disse que para a maioria das pessoas "é difícil passar um momento com um presidente", embora este "não seja outra coisa que um velho como outro qualquer", eleito para que "administre algumas coisas" e depois ser trocado.

Nesta ocasião, o menu do dia, que se transformou em uma reunião indispensável do Natal uruguaio desde 2010, incluiu 35 cordeiros vindos da Estância Presidencial de Anchorena, que foram assados por militares, informou o jornal uruguaio "La República".

"Se nos tiram a esperança, a vida não faz sentido", concluiu o líder uruguaio, acompanhado por sua mulher, a senadora Lucía Topolansky.