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Francês detido na Bulgária admite amizade com irmãos Kouachi

14/01/2015 11h51

Sófia, 14 jan (EFE).- O cidadão francês Fritz-Joly Joachim, detido na Bulgária por ordem europeia emitida pela Justiça francesa, assumiu sua amizade com os irmãos Kouachi, autores do atentado em Paris contra a revista satírica "Charlie Hebdo", segundo a imprensa local.

Os veículos de comunicação citam declarações de Joachim, de 29 anos, no tribunal regional de Haskovo, que na terça-feira decidiu mantê-lo em prisão preventiva pelo menos até o dia 20 de janeiro, quando será tomada uma decisão sobre o pedido da França de extradição.

"Sim, tenho amigos. Amigos de infância. Isto não é terrorismo e a Justiça não observa apenas de quem você é amigo. Uma pessoa não pode mudar de amigos por eles terem pontos de vista diferentes ao seu ou porque algum deles cometeu um crime", disse ao juiz o detido, de origem haitiana e convertido ao islã, segundo os jornais "Standart" e "24 chasa".

Joachim fez essas declarações após a segunda ordem de detenção ser lida no tribunal. O mandado foi emitido na segunda-feira por um tribunal em Paris por suspeita de terrorismo e onde é afirmado que o suspeito manteve "contatos" com um dos irmãos Kouachi, mais especificamente com Chérif.

Além disso, falou sobre o atentado contra a redação da revista satírica "Charlie Hebdo", no qual morreram 12 pessoas.

"Se tivesse participado de um ato terrorista, teria estado ali, onde aconteceu", disse.

Joachim afirmou que tinha viajado com uma amiga para passar dez dias de férias em Istambul. Ele explicou que ambos saíram de Paris com um ônibus direto em 31 de dezembro. Essa versão contradiz a acusação feita pela mãe de seu filho, que pretendia levar o menor à Síria, através da Turquia.

O detido pediu ao tribunal para que seja aprovada sua extradição à França o mais rápido possível para esclarecer esse "mal-entendido".

Joachin foi detido em 1º de janeiro, ou seja, antes de ser emitido o mandado de prisão por terrorismo, devido a outra ordem anterior pelo suposto sequestro do menor denunciado pela mãe.

"Na ordem europeia de detenção por suposta atividade terrorista está escrito que, momentos antes da viagem, Joachim entrou em contato várias vezes com Chérif Kouachi. Não é explicado se foram verbais, pessoais e em que circunstâncias", declarou hoje à agência estatal de notícias a promotora no processo de extradição, Darina Slavova.

O advogado do francês, Radi Radev, declarou ao jornal "Monitor" que seu cliente é muito religioso e que admitiu que tinha viajado várias vezes ao Oriente Médio, inclusive fez uma peregrinação a Meca, e que esta viagem a Istambul também tinha motivos religiosos. EFE

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