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Santos afirma que 26 guerrilheiros das Farc morreram em bombardeio

22/05/2015 13h19

Bogotá, 22 mai (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou nesta sexta-feira que foram 26 os guerrilheiros das Farc mortos ontem em um bombardeio das Forças Militares contra um acampamento desse grupo armado no departamento do Cauca, no sudoeste do país.

Em declarações feitas na sede presidencial acompanhado do ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, e o comando militar, Santos afirmou que no bombardeio em uma zona rural do município de Guapi houve "26 baixas, um menor de idade recuperado, que estava ferido e recebeu atendimento médico".

Segundo o chefe de Estado, na operação foi apreendido "grande quantidade de armamento", como 37 fuzis e uma metralhadora M-60.

A notícia tinha sido dada na quinta-feira pela noite por fontes do Ministério da Defesa que falavam de pelo menos 18 guerrilheiros mortos até esse momento.

O líder lembrou que desde que começaram os diálogos de paz com as Farc em Cuba, há 30 meses, foi claro ao afirmar que "as operações (militares) não se deteriam e não se deterão".

Segundo detalhou, os guerrilheiros mortos no bombardeio eram os responsáveis do "infame ataque" realizado em novembro contra uma posto policial em ilha Gorgona, no Pacífico, no qual morreu um oficial de Carabineiros.

Os guerrilheiros abatidos formavam, além disso, parte do bloco que perpetrou o ataque no qual morreram 11 soldados em uma zona rural de Buenos Aires, também no Cauca, em 15 de abril.

Em uma primeira reação no Twitter, Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como "Pastor Alape", um dos negociadores de paz das Farc, advertiu hoje que a trégua unilateral do grupo armado "é impossível de ser mantida", após o "degradante" bombardeio militar de um acampamento no qual morreram 18 guerrilheiros.

Através de várias mensagens publicadas nas últimas horas em sua conta no Twitter, "Pastor Alape" disse que a trégua unilateral e indefinida que é mantida pelas Farc desde 20 de dezembro porque a morte dos insurgentes "fere o coração e alarma a razão".

Santos felicitou o alto comando militar pelo bombardeio desta quinta-feira, que definiu como "um trabalho de entrega e coragem", e lembrou que após o ataque a Gorgona ordenou às Forças Militares que intensifiquem sua atividade para achar os responsáveis.

O presidente ressaltou que a operação também representa um golpe contra "o narcotráfico, mineração ilegal e a extorsão", já que este grupo era "o principal responsável dessas atividades criminosas na região".

"Já a guerrilha estará pensando em ações de retaliação (vingança), mas esse é justamente o espiral de violência, ódio, vingança e retaliação que nos conduziram a 50 anos de guerra", sustentou o presidente, que pediu a transformação dessa atitude em "um espiral de perdão e reconciliação".

A ordem de bombardear o acampamento das Farc, ressaltou, foi "uma ação legítima do Estado em defesa e proteção da cidadania" que "a maioria dos colombianos aplaudem".

No entanto, Santos assegurou que "segue rasgando o coração ver a dor de pais e mãe enterrando seus filhos", sejam guerrilheiros, soldados ou civis, por causa da prolongado conflito armado e reiterou aos negociadores das Farc que é a hora de acelerar as negociações de paz que são realizadas em Cuba.

"Quantos mortos a mais necessitamos para entender que chegou a hora da paz?", se perguntou.