Dilma diz que confia em Obama e dá por superada a crise por espionagem
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (30), em Washington, que confia no presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e deu por superada a crise na relação bilateral provocada pelas revelações de que ela e a Petrobras foram espionadas pela NSA (Agência de Segurança Nacional americana).
"Esta visita representa um relançamento de nossa relação", afirmou Dilma em entrevista coletiva após se reunir com Obama na Casa Branca.
A visita oficial de Dilma a Washington estava inicialmente programada para outubro de 2013, mas a presidente a cancelou após saber das revelações do ex-analista da NSA, Edward Snowden, que ela mesma tinha sido vítima da espionagem americana.
Desde então, "algumas coisas mudaram, em particular devido ao fato de Obama e o governo dos Estados Unidos nos indicarem em várias ocasiões que não se envolverão em atos invasivos de espionagem a países amigos", destacou Dilma.
"Acredito no presidente Obama", acrescentou. "E também me disse que se em algum momento precisar de informação que não for pública sobre o Brasil, simplesmente me telefonará. Portanto sim, tenho certeza que as condições hoje são muito diferentes".
A presidente brasileira ressaltou que é "natural" que os países passem por "crises e dificuldades" em sua relação.
Essa crise de confiança na relação bilateral foi sendo corrigida progressivamente, especialmente depois da reunião entre Obama e Dilma durante a Cúpula das Américas em abril no Panamá, onde conversaram ao respeito.
Obama, por sua vez, garantiu ter tido uma "excelente" relação com Dilma desde que ela chegou ao poder em 2011.
"Confio completamente nela, sempre foi muito honesta comigo, e além disso cumpriu o que prometeu", afirmou Obama.
O presidente americano destacou que "nenhuma relação entre os países está isenta de desacordos e é normal haver atritos", mas afirmou que nos últimos meses Estados Unidos e Brasil "aprofundaram seus laços de forma constante".
Com base nesses avanços, Estados Unidos e Brasil "deveriam ser aliados fortes durante anos", concluiu Obama.
A Casa Branca antecipou semana passada que Obama não previa se desculpar oficialmente com Dilma pela espionagem cometida no passado, por não ser essa não a política americana, e que o presidente já fez esforços para aproximar-se do Brasil em relação ao tema.
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