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Cachorro que acompanhou protestos na Bolívia tem milhares de fãs no Facebook

01/08/2015 21h13

Um vira-lata que acompanhou as mobilizações populares na cidade boliviana de Potosí se transformou no ícone dos protestos e conquistou mais de 20.300 fãs no Facebook.

O cão, batizado de Petardo, se uniu às mobilizações durante a caminhada dos dirigentes do Comitê Cívico Potosinista (Comcipo) rumo a La Paz no começo do mês passado, contou por telefone à Agência Efe o presidente da entidade, Jhonny Llally. O cachorro apareceu pela primeira vez quando os manifestantes chegaram a Caracollo, a 193 quilômetros de La Paz, na região andina de Oruro (oeste).

"De lá para cá, passou a andar conosco, mas aparecia e desaparecia. Quando chegamos a La Paz sua presença passou a ser constante na marcha e então não se separou mais até o fim das mobilizações", relatou.

Yo no fui .. Wau Wau Wau

Posted by Petardo Presidente on Thursday, July 30, 2015

Petardo ganhou esse nome, pois ao contrário de outros cachorros, não fugia quando ouvia as explosões de fogos que ocorriam diariamente nos protestos. Segundo Llally , ele participou de todas as passeatas, inclusive as que foram reprimidas com gás lacrimogêneo e jatos d'água.

A delegação da Comcipo voltou a Potosí na última quinta-feira depois de não conseguir acordos com os ministros do presidente Evo Morales sobre as 26 demandas de desenvolvimento para a região. Petardo voltou junto.

Os integrantes do grupo foram recebidos como heróis por milhares de pessoas que acabaram se rendendo ao cão, que ganhou um colete vermelho e um colar com seu nome gravado em uma plaquinha em forma de osso.

A fama dele chegou ao Facebook, onde a página "Petardo: Potosino y Federalista", criada há uma semana, já tem mais de 20.300 curtidas e uma infinidade de comentários, além de fotos e vídeos.

A greve e os bloqueios de estradas registrados desde 6 de julho em Potosí para exigir atenção às reivindicações tiveram uma pausa de 12 horas ontem para que os moradores da cidade pudessem se abastecer de alimentos e sacar dinheiro e foram retomados hoje.

Os potosinos exigem, entre outros pontos, a construção de uma hidrelétrica, três hospitais, mais estradas, fábricas de vidro e cimento, um aeroporto internacional e a preservação do Cerro Rico, a principal atração turística da cidade, deteriorada pela ação mineradora.

O presidente Morales e seus ministros desqualificaram por várias vezes os dirigentes potosinos e questionaram a legitimidade da ação, com o argumento de ser incentivada pela direita boliviana.