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EI divulga imagens da destruição total de templo histórico em Palmira

 Militantes do Estado Islâmico divulgam imagem do momento em que explodiram o templo de Baal-Shamin, de 2.000 anos de idade, na cidade síria de Palmira - AP
Militantes do Estado Islâmico divulgam imagem do momento em que explodiram o templo de Baal-Shamin, de 2.000 anos de idade, na cidade síria de Palmira Imagem: AP

No Cairo

25/08/2015 09h22

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta terça-feira (25) várias fotografias da destruição do histórico templo de Baal, situado nas ruínas arqueológicas da cidade síria de Palmira, e que ficou reduzido a escombros.

Nas imagens, cuja veracidade não pôde ser comprovada, é possível o suposto momento da detonação do templo, de 2 mil anos de antiguidade, e o estado no qual ficou após ser dinamitada.

Palmira é considerada uma relíquia única do século I a.C e uma peça fundamental da arquitetura e do urbanismo romano, pelas colunas de sua famosa rua principal e o templo de Baal.

Uma das fotografias mostra o momento no qual uma nuvem de fumaça se eleva desde o lugar do templo e em outra como o local se reduz a blocos de pedra.

A primeira das imagens está acompanhada do texto: "momento da explosão do templo pagão de Baal", e a segunda por: "destruição total do templo pagão".

Também é possível ver em outras fotos como foram colocados vários explosivos de diferentes tamanhos nas colunas do templo e junto aos muros, antes que fossem detonados.

Estas últimas imagens estão acompanhadas de um breve texto que indica que correspondem ao momento no qual foram colocados explosivos em dito monumento histórico, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

O diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, Maamún Abdelkarim, confirmou ontem que o grupo terrorista tinha usado "uma grande quantidade de explosivos" para dinamitar o templo de Baal, mas não pôde precisar o alcance da destruição que, segundo as novas fotografias parece total.

A demolição do edifício foi divulgada cinco dias depois que o EI executou o antigo responsável da direção geral de Antiguidades e Museus em Palmira, Khaled al Asaad, por considerá-lo o "diretor dos ídolos" desta cidade.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, considerou sua destruição, assim como o assassinato de Asaad como "um crime de guerra".

A Secretaria-Geral condenou ontem em comunicado "os contínuos atos de terror e as graves violações do direito internacional" cometidos pelo grupo terrorista Estado Islâmico, incluindo a destruição sistemática e o saque do patrimônio cultural do país".

Os extremistas tomaram o controle da cidade de Palmira e de suas ruínas greco-romanas, situadas no leste da província de Homs, em 20 maio.

Um mês depois, ativistas advertiram que membros do EI tinham colocado explosivos nas ruínas, uma informação que, posteriormente, foi corroborado pelo regime sírio.

Esta cidade é um dos seis lugares sírios inscritos na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco.

Desde fevereiro, os radicais do EI destruíram nas zonas que dominam no Iraque vários lugares arqueológicos, como as ruínas assírias de Nimrud, do século 13 a.C., e de Hatra, Patrimônio da Humanidade da Unesco.

"Estas ações bárbaras de terror se unem a uma longa lista de crimes cometidos nos últimos quatro anos na Síria contra a população civil e o patrimônio histórico", declarou ontem Ban, que chamou a comunidade internacional a se unir para conter a atuação terrorista do EI.