Milhares de cubanos recebem Francisco em seu primeiro percurso por Havana
Milhares de cubanos saíram às ruas neste sábado para tentar ver, mesmo que rapidamente, o papa Francisco, em uma demonstração de agradecimento ao responsável por mediar o restabelecimento das relações entre a ilha e Estados Unidos, e visto com "respeito e admiração", para além de credos e religiões.
Francisco, o terceiro papa a visitar a ilha em 17 anos, foi recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro, no aeroporto da capital, e foi até a Nunciatura a bordo de um papamóvel descoberto construído em Cuba especialmente para a ocasião.
Mais de 100 mil pessoas, segundo cálculos iniciais do porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, se concentraram, de forma organizada, nas ruas de Havana para saudar o primeiro papa latino-americano, levando bandeiras e cartazes.
"Estamos aqui para receber o papa e apoiá-lo, como vamos fazer sempre com todos os presidentes e todas as personalidades que queiram ajudar o nosso país", afirmou Vivian, uma moradora da capital, que aguardava a passagem do papa ao lado de alguns colegas de trabalho.
Já Juan Enrique, de 55 anos, disse agradecer ao papa por sua atuação na política da ilha.
"Todo mundo respeita o papa, principalmente este, que nos ajudou e é por isso que estamos aqui, mesmo sem sermos católicos", contou Juan Enrique, que segurava duas bandeiras: uma de Cuba e outra do Vaticano.
Para os cubanos, Francisco é, acima de tudo, a pessoa que ficou "ao lado dos pobres" e de quem eles querem "receber bênçãos", não só por ser o papa, mas por "ser latino-americano", conforme revelou o fiel Alfredo.
Francisco estará na ilha até o dia 22, em uma visita de grande simbolismo por seu papel no processo de reaproximação entre Cuba e EUA, que depois de mais de cinco décadas de inimizade restabeleceram suas relações diplomáticas em 20 de julho.
Depois de passar por Havana e mais duas cidades cubanas, o pontífice irá para os Estados Unidos, a segunda parte da viagem.
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