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Papa destaca felicidade e franqueza durante encontro com patriarca Kirill

12/02/2016 21h56

Cristina Cabrejas.

A bordo do avião papal, 12 fev (EFE).- O papa Francisco destacou a felicidade que sentiu durante a histórica reunião desta sexta-feira com o patriarca ortodoxo russo Kirill em Havana, a primeira após o cisma de 1054, e como ambos falaram com total franqueza dos temas que lhes preocupam.

Apesar do cansaço da jornada, Francisco apareceu perante os jornalistas - entre elas a Agência Efe - que viajam com ele rumo ao México após a escala em Havana para expressar seus "sentimentos" após a reunião com Kirill no aeroporto cubano José Martí.

"Foi uma conversa de irmãos, com pontos claros que preocupam aos dois. Falamos com toda franqueza e eu me senti como diante de um irmão e ele me disse o mesmo", relatou Francisco.

"Ambos falamos livremente e se sentia a alegria. De minha parte e da parte dele", acrescentou.

O pontífice contou que durante as duas horas de reunião foi como se "dois bispos falassem das situações de suas duas igrejas".

Francisco ressaltou que conversou com o patriarca russo sobre a atual situação desta "guerra por partes, mas que corre o perigo que agora seja uma guerra que envolva a todos".

O papa também fez referência à declaração comum que ambos assinaram, composta por 30 pontos, e na qual se pede empenho à comunidade internacional para aliviar a situação da perseguição dos cristãos em alguns países do Oriente Médio, assim como outras questões como a defesa da vida e da família considerada tradicional.

Sobre esta última parte, Francisco afirmou que acredita que "haverá muitas interpretações", mas garantiu assegurou que com ela se tenta uma declaração "pastoral" e "não política".

Além disso, antecipou que foi aprovado "um programa de possíveis atividades em comum", uma vez que "a unidade se faz caminhando", completou.

Em sua conversa com os jornalistas, Francisco também quis agradecer ao presidente cubano, Raúl Castro, pela "acolhia e disponibilidade" e revelou que este encontro já tinha sido discutido na visita que fez Cuba em setembro do ano passado.