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Promotor diz que Lula não será mais chamado a depor no caso de tríplex

01/03/2016 20h10

São Paulo, 1 mar (EFE).- O Ministério Público de São Paulo afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será mais convocado a depor como investigado no processo que investiga a suposta ocultação de patrimônio no caso do tríplex localizado na cidade de Guarujá.

Em comunicado, o Ministério Público afirmou que a esposa de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, também não será chamada a prestar novo depoimento depois de ambos terem apresentado suas defesas por escrito. Ao justificar a decisão, o promotor do caso, Cássio Conserino, disse na nota que Lula e a mulher "podem não querer exercer sua autodefesa".

Conserino tinha intimado Lula a depor no último dia 17, mas a audiência foi suspensa por causa de um recurso apresentado pelo ex-presidente no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Após analisar o pedido, o CNMP decidiu pela sequência das investigações e determinou que o ex-presidente deveria ser ouvido na próxima quinta-feira. Porém, a convocação foi cancelada depois de o promotor ter avaliado o documento apresentado por Lula.

Em paralelo, a defesa do ex-presidente tinha solicitado ontem ao Tribunal de Justiça de São Paulo um habeas corpus preventivo para evitar que ele fosse conduzido a depor na Promotoria.

O Instituto Lula informou que os advogados do ex-presidente voltaram a pedir hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das duas investigações abertas contra ele, uma delas que analisa supostas irregularidades no apartamento do Guarujá.

A outra, sob responsabilidade do Ministério Público Federal, tenta descobrir se Lula é proprietário de um sítio no interior de São Paulo. Ambos os locais teriam sido reformados por empreiteiras acusadas na Operação Lava-Jato.

Segundo os advogados do ex-presidente, ambas as procuradorias investigam a mesma coisa e a lei impede a "duplicidade de investigações sobre o mesmo objeto". Por isso, a defesa exige que o STF defina de quem deve ser a responsabilidade do caso.

Além disso, a defesa de Lula considera que Conserino realizou um julgamento antecipado ao anunciar à imprensa que acusaria o ex-presidente e sua esposa por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio sem tê-los escutado antes.

"É irracional e censurável afirmar que há suspeitas que o ex-presidente Lula teria recebido vantagens ilícitas durante o mandato presidencial, pois não há nenhum concreto que possa dar apoio a essa afirmação", reiterou o Instituto Lula.