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Obama concede perdão a 61 presos por drogas e pressiona Congresso

Da Efe, em Washington

30/03/2016 23h06

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comutou nesta quarta-feira (30) as penas de 61 presos por delitos não violentos e relacionados com a posse ou distribuição de drogas, um gesto com o qual pretende ressaltar a necessidade de uma reforma no sistema de justiça criminal do país.

Com o anúncio de hoje, Obama concedeu um perdão presidencial ou reduziu as penas de 248 presos, "mais que os seis presidentes anteriores juntos", segundo o líder em ato na Casa Branca.

"A maioria deles cometeu delitos relacionados com as drogas de baixa gravidade, cujas sentenças teriam sido mais curtas se fossem condenados sob as leis atuais", disse Obama em mensagem na rede social Facebook.

Entre os presos beneficiados está Ismael Rosa, de Chicago (Illinois), que em 1995 foi condenado à prisão perpétua por tráfico de cocaína e que poderá abandonar a prisão nesta quarta-feira.

Outros beneficiados são José Ramón Rivera, condenado em 1993 a 30 anos de prisão por distribuição de heroína em Chicago; e Manuel Colón, de Springfield (Massachusetts), condenado em 2007 a 20 anos de prisão por posse com a intenção de distribuir cocaína e heroína, que estarão livres em 28 de julho.

Até o ano passado, Obama tinha feito pouco uso das atribuições concedidas pela Constituição para dar clemência a presos, que inclui o perdão ou a redução das sentenças, mas nos últimos meses começou a fazê-lo enquanto pede ao Congresso uma reforma do sistema de justiça criminal.

"Acho que, ao exercer estes poderes presidenciais, posso demonstrar ao povo como pode ser uma segunda oportunidade, destacar as histórias de pessoas que as conseguiram e que estão fazendo coisas extraordinárias com suas vidas", afirmou Obama.

O líder americano recebeu na Casa Branca um grupo de ex-presos que viram suas sentenças comutadas sob seu governo ou nos de seus dois antecessores imediatos, George W. Bush e Bill Clinton.

"Nesta mesa há pessoas que agora são advogados, ou que estão criando filhos, ou a ponto de se casar. Há gente que se dedica a dar discursos ou a trabalhar com outros que estão se reintegrando à sociedade passar um tempo na prisão", disse Obama.

"Ainda acredito que possamos aprovar uma reforma do sistema de justiça criminal. Não faz sentido que alguém que cometeu um crime com drogas e sem violência seja punido com 20 ou 30 anos, em alguns casos prisão perpétua. Isso não faz bem a ninguém, nem à segurança pública, e prejudica as famílias", acrescentou.

Obama se mostrou esperançoso que alguns projetos de lei de reforma criminal sejam votados "antes que do término desta sessão no Congresso", em janeiro.