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Papa Francisco nomeia brasileiro e outros 16 novos cardeais

O arcebispo de Brasília, Sérgio da Rocha, durante cerimônia na Basílica de São Pedro - Tiziana Fabi/AFP Photo
O arcebispo de Brasília, Sérgio da Rocha, durante cerimônia na Basílica de São Pedro Imagem: Tiziana Fabi/AFP Photo

Cidade do Vaticano

19/11/2016 09h34

O papa Francisco nomeou neste sábado 17 novos cardeais, 13 deles com direito à voto nos conclaves para a escolha de pontífices, durante uma cerimônia que foi realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na véspera do encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Na lista dos novos membros que farão parte do colégio cardinalício está o arcebispo de Brasília, Sérgio da Rocha. A cerimônia começou com a saudação do primeiro dos novos cardeais, o núncio apostólico na Síria, Mario Zenari, que agradeceu Francisco.

Posteriormente, o papa pronunciou uma homilia na qual criticou a indiferença e pediu que os novos cardeais sejam "misericordiosos".

"A escolha, em vez de mantê-los no alto do monte, em sua cúpula, os leva ao coração da multidão, os põe no meio de seus tormentos, no plano de suas vidas. Amem, façam o bem", disse Francisco.

Amem seus inimigos

O pontífice afirmou que essas são ações fáceis de serem realizadas com amigos e pessoas próximas, por isso destacou que também é preciso colocá-las em prática com os "inimigos".


"Amem seus inimigos, faça bem aos que os odeiam, abençoem aos que dizem coisas ruins de vocês, roguem por quem os difama", pediu.

Francisco lamentou que o mundo atual se caracteriza por "fortes questionamentos e dúvidas em escala mundial" e criticou a "polarização e a exclusão" como única forma possível de resolver conflitos na sociedade contemporânea. Nesse sentido, citou os imigrantes e refugiados para ressaltar com que frequência esse tipo de atitude se "transforma em uma ameaça".

"Possuem o status de inimigo. Inimigo por vir de uma terra distante ou por ter outros costumes. Inimigo por sua cor de pele, por seu idioma ou condição social. Inimigo por pensar diferente e, inclusive, por ter outra fé", disse o pontífice.

Francisco rejeitou a indiferença ao próximo, assim como o "vírus da polarização e da inimizade que permanece em nossas formas de pensar, de sentir e de atuar", afirmou, pedindo que os novos cardeais o ajudem na missão de fomentar a fraternidade.

"Viemos de terras distantes, temos diferentes costumes, cor de pele, idiomas e condição social. Pensamos diferente e, inclusive, louvamos a fé com ritos diversos. E nada disso nos torna inimigos, pelo contrário. É uma de nossas maiores riquezas", destacou o papa.

A cerimônia continuou com a promessa de fidelidade realizada por cada um dos novos cardeais perante ao pontífice. Francisco, por sua vez, entregou o anel símbolo do compromisso dos nomeados com a Igreja Católica.