Como as pesquisas eleitorais refletiram a corrida presidencial dos EUA

A corrida pela Presidência dos Estados Unidos já sofreu várias reviravoltas ao longo do ano, com republicanos e democratas se alternando na liderança das pesquisas eleitorais, mas sem nenhum dos dois partidos abrir vantagem significativa. No dia das eleições, a disputa segue indefinida, com os candidatos empatados tecnicamente. Relembre.

Corrida começou como Biden x Trump

O atual presidente, Joe Biden, e o pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump
O atual presidente, Joe Biden, e o pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump Imagem: AFP

Primeiras pesquisas indicavam vantagem de Trump. Nos primeiros trackings publicados, no início de março, Donald Trump aparecia com uma vantagem média de 2 pontos percentuais, segundo o agregador de pesquisas FiveThirtyEight.

Biden chegou a ultrapassar republicano. O democrata teve bom desempenho nas pesquisas nos meses seguintes, passando Donald Trump no fim de junho. No dia 25 desse mês, ele aparecia com 40,9% das intenções de voto, contra 40,7% do republicano.

Debate foi derrocada do atual presidente. No encontro promovido pela CNN, Joe Biden teve péssimo desempenho. Ele parecia cansado, não conseguiu terminar muitas de suas frases e nem atacar o republicano. As pesquisas logo refletiram isso: sua pequena vantagem se tornou em uma desvantagem de 2,5 pontos, favorável a Donald Trump.

Atentado contra Trump o impulsionou nas pesquisas. Alguns dias depois de ser alvo de um atentado a tiros durante um comício na Pensilvânia, Donald Trump se distanciou de seu adversário mais do que nunca: abriu uma vantagem de 3,2 pontos percentuais, a mais alta que teria em toda a corrida presidencial.

Kamala deu fôlego aos democratas

Kamala Harris durante um evento de campanha no Resch Expo Center em Green Bay, Wisconsin, em 17 de outubro de 2024
Kamala Harris durante um evento de campanha no Resch Expo Center em Green Bay, Wisconsin, em 17 de outubro de 2024 Imagem: Kamil Krzaczynski/AFP

Em 21 de julho, Biden desistiu de sua reeleição. O presidente dos Estados Unidos publicou que sentia "gratidão" por todo o apoio recebido, mas que era "interesse do meu partido e do país" que ele se afastasse. No mesmo dia, apoiou a candidatura de Kamala Harris, sua vice-presidente, ao governo. Assim que o anúncio foi feito, institutos de pesquisa colocaram Kamala como uma das opções à presidência — e os resultados mostraram ela à frente de seu adversário republicano, com vantagem de 0,8 ponto percentual.

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Candidato de 3ª via abandonou disputa e apoiou Trump. Robert Kennedy Jr., membro de uma das dinastias políticas mais importantes dos Estados Unidos, foi contra sua família e anunciou apoio a Donald Trump em 23 de agosto. No momento, tinha apenas 5% das intenções de voto.

Contra Kamala, Trump não assumiu liderança das pesquisas. A democrata manteve uma vantagem constante sobre o republicano, com a diferença atingindo seu ápice no final de agosto — Kamala apareceu com média de 47,3% das intenções de voto, contra 43,6% de Donald Trump.

Como estão pesquisas atualmente? Nos últimos meses, a campanha de Donald Trump tomou fôlego, e Kamala Harris não conseguiu manter a empolgação inicial do eleitor. Isso resultou em uma diferença atual baixa nas pesquisas: no agregado, Kamala aparece com 47,9% das intenções de voto, contra 47% do candidato republicano.

O que dizem as últimas pesquisas?

10.set.2024 - O ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris durante debate na ABC News
10.set.2024 - O ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris durante debate na ABC News Imagem: Saul Loeb/AFP

Pesquisas mostraram panorama apertado no fim de semana. O New York Times apontou no seu agregador de pesquisas Kamala com 49% das intenções de votos, enquanto Trump somava 48%.

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O tradicional jornal também divulgou sua pesquisa. Os candidatos estão empatados tecnicamente no recorte feito nos estados decisivos. É onde não há a tradicional definição da preferência dos eleitores, seja por democratas ou republicanos.

Em parceria com a Siena College, a sondagem do NYT mostrou Kamala numericamente à frente por uma pequena margem em: Nevada (49% / 46%), Carolina do Norte (48% / 46%), Wisconsin (49% / 47%) e Geórgia (48% / 47%).

Por outro lado, Trump lidera no Arizona (49% / 45%). Em outros dois estados, a pontuação é a mesma: Pensilvânia (48% / 48%) e Michigan (47% / 47%).

Diferença nos estados decisivos está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3,5 pontos percentuais. O levantamento foi feito com 7.879 eleitores prováveis entre 24 de outubro e 2 de novembro.

ABC News/Ipsos mostrou Kamala numericamente à frente, com 49%. Trump somou 46%. A sondagem tem margem de erro de dois pontos percentuais e foi produzida de 29 de outubro a 1º de novembro, com uma amostra de 3.140 adultos, incluindo 2.267 prováveis eleitores.

Também divulgada no fim de semana, a pesquisa NBC News mostrou o empate entre os candidatos, com 49%. Apenas 2% dos eleitores afirmaram que não têm certeza sobre a escolha. A margem de erro da pesquisa é de mais ou menos 3,1 pontos percentuais. O panorama da pesquisa foi simular na sondagem do veículo no mês de outubro (48% / 48%). Em setembro, Harris somava 49%, e Trump 44%.

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No agregador de pesquisas do projeto FiveThirtyEight, o cenário que se apresenta tem Kamala com 48%, enquanto Trump soma 46,8%.

Os dois candidatos priorizaram Michigan, Wisconsin e Pensilvânia em suas campanhas, estados que foram decisivos nos últimos anos. Em sete das oito últimas eleições presidenciais, os democratas venceram nos três estados. A exceção foi 2016, com vitórias de Trump.

Cada voto conta. Na eleição de Trump, em 2016, o republicano venceu na Pensilvânia por menos de um ponto percentual. Desde 2008, o candidato que ganha na Pensilvânia leva a eleição presidencial.

Sobre as eleições americanas

Eleições nos Estados Unidos estão marcadas para a terça-feira (5)
Eleições nos Estados Unidos estão marcadas para a terça-feira (5) Imagem: KAMIL KRZACZYNSKI / AFP)

Voto não é obrigatório. Diferentemente do Brasil, os norte-americanos podem se abster de votar. Pessoas a partir dos 18 anos estão aptas a participar.

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O número de delegados em cada estado varia de 3 a 54. Ele é calculado a partir do tamanho da população e do número de parlamentares.

Candidato recebe todos os votos do estado, independente das porcentagens. Ou seja, se a votação ficar 51% a 49% em um estado com dez delegados, o candidato que teve mais votos levará os dez representantes.

Os estados de Maine e Nebraska são os únicos que fogem à regra, usando o método do distrito congressional. Neste caso, os estados indicam dois votos de delegados para o vencedor no estado todo e mais um delegado para o vencedor em cada distrito.

Califórnia, Texas e Flórida são os que valem mais. São 54, 40 e 30 delegados respectivamente. Seis estados (Alasca, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Delaware, Vermont e Wyoming) e a capital Washington são os que têm menos delegados, com três cada um.

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