Como as pesquisas eleitorais refletiram a corrida presidencial dos EUA
A corrida pela Presidência dos Estados Unidos já sofreu várias reviravoltas ao longo do ano, com republicanos e democratas se alternando na liderança das pesquisas eleitorais, mas sem nenhum dos dois partidos abrir vantagem significativa. No dia das eleições, a disputa segue indefinida, com os candidatos empatados tecnicamente. Relembre.
Corrida começou como Biden x Trump
Primeiras pesquisas indicavam vantagem de Trump. Nos primeiros trackings publicados, no início de março, Donald Trump aparecia com uma vantagem média de 2 pontos percentuais, segundo o agregador de pesquisas FiveThirtyEight.
Biden chegou a ultrapassar republicano. O democrata teve bom desempenho nas pesquisas nos meses seguintes, passando Donald Trump no fim de junho. No dia 25 desse mês, ele aparecia com 40,9% das intenções de voto, contra 40,7% do republicano.
Debate foi derrocada do atual presidente. No encontro promovido pela CNN, Joe Biden teve péssimo desempenho. Ele parecia cansado, não conseguiu terminar muitas de suas frases e nem atacar o republicano. As pesquisas logo refletiram isso: sua pequena vantagem se tornou em uma desvantagem de 2,5 pontos, favorável a Donald Trump.
Atentado contra Trump o impulsionou nas pesquisas. Alguns dias depois de ser alvo de um atentado a tiros durante um comício na Pensilvânia, Donald Trump se distanciou de seu adversário mais do que nunca: abriu uma vantagem de 3,2 pontos percentuais, a mais alta que teria em toda a corrida presidencial.
Kamala deu fôlego aos democratas
Em 21 de julho, Biden desistiu de sua reeleição. O presidente dos Estados Unidos publicou que sentia "gratidão" por todo o apoio recebido, mas que era "interesse do meu partido e do país" que ele se afastasse. No mesmo dia, apoiou a candidatura de Kamala Harris, sua vice-presidente, ao governo. Assim que o anúncio foi feito, institutos de pesquisa colocaram Kamala como uma das opções à presidência — e os resultados mostraram ela à frente de seu adversário republicano, com vantagem de 0,8 ponto percentual.
Candidato de 3ª via abandonou disputa e apoiou Trump. Robert Kennedy Jr., membro de uma das dinastias políticas mais importantes dos Estados Unidos, foi contra sua família e anunciou apoio a Donald Trump em 23 de agosto. No momento, tinha apenas 5% das intenções de voto.
Contra Kamala, Trump não assumiu liderança das pesquisas. A democrata manteve uma vantagem constante sobre o republicano, com a diferença atingindo seu ápice no final de agosto — Kamala apareceu com média de 47,3% das intenções de voto, contra 43,6% de Donald Trump.
Como estão pesquisas atualmente? Nos últimos meses, a campanha de Donald Trump tomou fôlego, e Kamala Harris não conseguiu manter a empolgação inicial do eleitor. Isso resultou em uma diferença atual baixa nas pesquisas: no agregado, Kamala aparece com 47,9% das intenções de voto, contra 47% do candidato republicano.
O que dizem as últimas pesquisas?
Pesquisas mostraram panorama apertado no fim de semana. O New York Times apontou no seu agregador de pesquisas Kamala com 49% das intenções de votos, enquanto Trump somava 48%.
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Quero receberO tradicional jornal também divulgou sua pesquisa. Os candidatos estão empatados tecnicamente no recorte feito nos estados decisivos. É onde não há a tradicional definição da preferência dos eleitores, seja por democratas ou republicanos.
Em parceria com a Siena College, a sondagem do NYT mostrou Kamala numericamente à frente por uma pequena margem em: Nevada (49% / 46%), Carolina do Norte (48% / 46%), Wisconsin (49% / 47%) e Geórgia (48% / 47%).
Por outro lado, Trump lidera no Arizona (49% / 45%). Em outros dois estados, a pontuação é a mesma: Pensilvânia (48% / 48%) e Michigan (47% / 47%).
Diferença nos estados decisivos está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3,5 pontos percentuais. O levantamento foi feito com 7.879 eleitores prováveis entre 24 de outubro e 2 de novembro.
ABC News/Ipsos mostrou Kamala numericamente à frente, com 49%. Trump somou 46%. A sondagem tem margem de erro de dois pontos percentuais e foi produzida de 29 de outubro a 1º de novembro, com uma amostra de 3.140 adultos, incluindo 2.267 prováveis eleitores.
Também divulgada no fim de semana, a pesquisa NBC News mostrou o empate entre os candidatos, com 49%. Apenas 2% dos eleitores afirmaram que não têm certeza sobre a escolha. A margem de erro da pesquisa é de mais ou menos 3,1 pontos percentuais. O panorama da pesquisa foi simular na sondagem do veículo no mês de outubro (48% / 48%). Em setembro, Harris somava 49%, e Trump 44%.
No agregador de pesquisas do projeto FiveThirtyEight, o cenário que se apresenta tem Kamala com 48%, enquanto Trump soma 46,8%.
Os dois candidatos priorizaram Michigan, Wisconsin e Pensilvânia em suas campanhas, estados que foram decisivos nos últimos anos. Em sete das oito últimas eleições presidenciais, os democratas venceram nos três estados. A exceção foi 2016, com vitórias de Trump.
Cada voto conta. Na eleição de Trump, em 2016, o republicano venceu na Pensilvânia por menos de um ponto percentual. Desde 2008, o candidato que ganha na Pensilvânia leva a eleição presidencial.
Sobre as eleições americanas
Voto não é obrigatório. Diferentemente do Brasil, os norte-americanos podem se abster de votar. Pessoas a partir dos 18 anos estão aptas a participar.
O número de delegados em cada estado varia de 3 a 54. Ele é calculado a partir do tamanho da população e do número de parlamentares.
Candidato recebe todos os votos do estado, independente das porcentagens. Ou seja, se a votação ficar 51% a 49% em um estado com dez delegados, o candidato que teve mais votos levará os dez representantes.
Os estados de Maine e Nebraska são os únicos que fogem à regra, usando o método do distrito congressional. Neste caso, os estados indicam dois votos de delegados para o vencedor no estado todo e mais um delegado para o vencedor em cada distrito.
Califórnia, Texas e Flórida são os que valem mais. São 54, 40 e 30 delegados respectivamente. Seis estados (Alasca, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Delaware, Vermont e Wyoming) e a capital Washington são os que têm menos delegados, com três cada um.
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