Países da Apec concordam em estabelecer rede para combater a corrupção
PEQUIM (Reuters) - Países da Ásia e do Pacífico concordaram neste sábado em cooperar para a extradição de autoridades corruptas, aumentar os esforços de recuperação de ativos e estabelecer uma rede de transparência contra a corrupção, para o compartilhamento de inteligência sobre fraudes. A rede, chamada de Rede Apec de Autoridades Anticorrupção e Agências de Cumprimento das Leis (ACT-NET), é a primeira organização do tipo que os membros da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico estabeleceram. Ela é liderada pela China, mas apoiada pelos Estados Unidos. A rede será informal e para “compartilhamento de informações” entre autoridades anticorrupção na região, de acordo com comunicado emitido pela Apec. O acordo envolve 21 membros da região, entre eles China e EUA, para “negar abrigo para àqueles que cometem corrupção, incluindo por meio da extradição, assistência legal mútua e retomada dos procedimentos de corrupção”. O acerto foi feito em um momento em que o presidente chinês, Xi Jinping, procura ampliar sua campanha contra fraudes para prender suspeitos que deixaram o país, particularmente aqueles que levaram consigo os ganhos ilegais. No mês passado, a China afirmou que capturou 180 suspeitos de terem cometido crimes econômicos, em uma operação chamada “Caça às Raposas”. “Nós acreditamos que essa cooperação é um importante passo”, afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. “A corrupção não apenas cria um jogo injusto, não apenas distorce as relações econômicas, mas também rouba das pessoas que acreditam que o sistema pode funcionar para todos.” Não se sabe se o acordo vai efetivamente diminuir a corrupção. Os governos ocidentais se recusaram a assinar acordos de extradição com a China, porque a tortura é frequentemente usada no país e a pena de morte é utilizada contra a corrupção. O trato também “vai estabelecer medidas e sistemas para proteger denunciantes”. Não está claro como isso funcionará entre países que não possuem acordo de extradição entre eles. A China tem esse tipo de pacto com 38 países, mas não com EUA, Canadá e Austrália, três principais destinos de criminosos desse tipo, de acordo com a imprensa estatal.
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