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Ataques aéreos do governo matam 63 no nordeste da Síria, denuncia grupo

25/11/2014 20h47

BEIRUTE (Reuters) - Pelo menos 63 pessoas, metade delas civis, foram mortas quando aviões de guerra sírios atingiram a cidade nordestina de Raqqa nesta terça-feira, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora a guerra na Síria.

Funcionários do governo sírio não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

Rami Abdulrahman, que dirige o observatório sediado na Grã-Bretanha, disse que 10 aviões de guerra atingiram pelo menos 10 vezes Raqqa, um reduto do grupo radical Estado Islâmico.

"A maioria dos ataques foi na parte oriental da cidade", disse Abdulrahman, citando moradores e ativistas locais. "Pelo menos 36 dos mortos são civis. Quanto ao resto, não temos certeza ainda se eram combatentes."

O Estado Islâmico, que tomou grandes extensões de território no Iraque e na Síria, expulsou as últimas forças do governo sírio para fora da província de Raqqa no fim de agosto. Seus combatentes apreenderam uma base aérea, capturaram e depois executaram dezenas de soldados sírios.

Raqqa tem sido alvo de vários ataques aéreos conduzidos por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos que pretende enfraquecer e destruir o grupo no Iraque e na Síria. Uma autoridade dos EUA disse que a coalizão não atacou Raqqa nas últimas 24 horas.

Um combatente do Estado Islâmico na província confirmou que o governo realizou os ataques aéreos que, segundo ele, mataram pelo menos 70 pessoas.

A Força Aérea síria tem aumentado seus ataques em toda a Síria desde que a coalizão liderada pelos EUA começou a atacar as posições do Estado Islâmico dentro da Síria em setembro.

Analistas dizem que o Exército sírio pode estar querendo enfraquecer os grupos rebeldes antes que comecem a receber treinamento e equipamentos prometidos pelos EUA.

(Por Mariam Karouny, com reportagem adicional de Phillip Stewart)