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BCE busca compromisso sobre compras de ativos como parte de prorrogação de programa, dizem fontes

01/12/2016 14h48

Por Noah Barkin e John O'Donnell e Balazs Koranyi

BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) vai ampliar suas compras de títulos para além de março e avalia enviar um sinal formal após sua reunião de política monetária na próxima quinta-feira de que o programa irá eventualmente acabar, disseram fontes com conhecimento direto das discussões.

Mesmo alguns céticos de mais estímulos no Conselho aceitaram que uma prorrogação além da atual data para o fim, de março, é inevitável dada a inflação fraca e o elevado risco político, disseram as fontes.

Eles ainda lutam com a questão de como estruturar essa prorrogação, entretanto, de acordo com várias fontes do BCE e de bancos centrais nacionais.

A maior parte do trabalho da equipe de preparação tem se focado em uma prorrogação de seis meses a um ritmo estável de 80 bilhões de euros por mês, uma opção que tem o aval de muitos já que o crescimento está fraco, a inflação sem ímpeto e o risco político de importantes eleições mantêm as chances de uma volatilidade alta no mercado, disseram três fontes.

Mas alguns têm indicado que serão a favor de uma prorrogação a volumes baixos, por exemplo nove meses a 60 bilhões de euros por mês, temendo que uma prorrogação direta possa fazer com que o programa pareça em aberto, disseram duas das fontes.

Um compromisso sob discussão seria sinalizar o eventual fim do programa, possivelmente na orientação futura do banco, indicando que as compras não podem ser prorrogadas de forma indefinida.

Outra opção é não especificar volumes mensais de compras, essencialmente tornando-as dependente de acontecimentos econômicos, disseram as fontes. Isso permitiria ao BCE comprar até 80 bilhões de euros sem exigir que gaste o volume total.

"Junto com a prorrogação, existe um senso de que é necessário enviar um sinal, também para os 'hawks', de que não teremos o QE (afrouxamento quantitativo) para sempre", disse uma das fontes. "Não estamos falando de redução. Estamos falando de um sinal."