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Pentágono mantém acusação de que China espionou EUA

07/05/2013 09h38

Na última semana, as relações sino-americanas tiveram um momento de tensão que provavelmente terá desenvolvimentos mais graves no futuro.

Rompendo a prudência diplomática, o relatório anual que o Pentágono prepara para o Congresso diz com todas as letras que as Forças Armadas da China são responsáveis pelos ataques cibernéticos visando o sistema de Defesa dos EUA e os fornecedores de equipamento militar do governo americano.

No final de fevereiro, respondendo à notícias publicadas na imprensa americana, o ministério de Defesa da China refutou cabalmente as acusações. “As Forças Armadas chinesas nunca apoiaram nenhuma atividade de hacking”, declarou um porta-voz do ministério em Pequim. Agora, o Pentágono desmente o governo chinês.

“Numerosos sistemas informáticos...incluindo os que pertencem ao governo americano, continuam sendo o alvo de intrusões, algumas das quais aparecem ser diretamente dirigidas pelo governo e os militares da China”, diz o relatório, cujo conteúdo foi resumido pelo "New York Times" pode ser acessado aqui.

Segundo o jornal americano, algumas estimações recentes calculam que 90% dos ciberataques visando os Estados Unidos vêm da China. No entanto, até agora o governo americano havia evitado acusar os chineses ou o governo chinês.

O relatório afirma ainda que as armas cibernéticas tornaram-se parte integrante da estratégia militar chinesa, advertindo também os congressistas americanos sobre aspectos mais amplos da “espionagem industrial e tecnológica” destinada a reforçar o aparato militar de Beijing.

Concluindo, o relatório menciona o debate envolvendo as diferentes facções da ditadura chinesa. Sem dar nomes, o Pentágono informa que existe um grupo dirigente chinês apostando numa confrontação mais direta com os Estados Unidos.

Comentando o relatório do Pentágono, um especialista americano citado pela agência "Reuters" acentuou que ao lado da modernização acelerada de suas Forças Armadas, “a China está também amplamente envolvida na espionagem”.

No final das contas, o relatório de Pentágono explicitou o que já era óbvio. Apesar da inexistência de enfrentamento direto e até eventual da colaboração existente entre Washington e Pequim, os Estados Unidos e a China estão engajados numa crescente rivalidade econômica e militar.