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'Dinossauro idiota': entenda o atrito entre Javier Milei e presidente Lula

A passagem do presidente argentino Javier Milei por Santa Catarina neste fim de semana se dá em meio a atritos de longa data entre ele o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os ataques subiram de tom na última semana, quando o chefe de governo da Argentina chamou o brasileiro de "perfeito dinossauro idiota".

Relembre o atrito entre Lula e Milei

Outubro de 2023

Enquanto era candidato à presidência da Argentina, Milei disse que Lula era "um comunista furioso" e acusou o presidente de tomar "ações diretas contra a sua candidatura".

Novembro de 2023

Durante a campanha do segundo turno eleitoral, o então candidato voltou a acusar Lula, sem provas, de financiar a campanha do adversário Sergio Massa. Por mais de uma vez, chamou o petista de "corrupto" e "comunista".

"Apoiadores de Bolsonaro e alguns jornalistas do Brasil denunciaram que Lula está interferindo nesta campanha, financiando parte dela, e dentro desse pacote há um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa", disse à emissora de televisão La Nación+.

Dias antes do segundo turno, Lula afirmou que a Argentina precisava eleger um presidente que "goste de democracia". Mais tarde, já eleito presidente, Milei adotou um tom ameno e convidou Lula para a cerimônia de posse, falando em "trabalho frutífero" e "construção de laços". Mas o brasileiro decidiu não comparecer.

Fevereiro de 2024

O argentino compartilhou nas redes sociais publicações de apoio a Jair Bolsonaro e de críticas a Lula, um dia após o ato feito em São Paulo de apoio ao ex-presidente.

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Março de 2024

Em Porto Alegre, Lula disse que a democracia corre risco no Brasil e em outros países, citando nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Javier Milei.

"Quem é contra o sistema hoje, que critica tudo, é o Milei na Argentina, até o Banco Central ele quer fechar, cortar tudo com o serrote. E aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome dele, mas até hoje ele não reconhece a derrota dele", afirmou.

Abril de 2024

Milei fez uma nova tentativa de reaproximação diplomática, enviando uma carta ao presidente Lula em que defende um bom relacionamento entre Brasil e Argentina.

A carta teria chegada ao petista uma semana depois, mas a informação não foi anunciada oficialmente. Lula chegou a manifestar seu desagrado com o argentino devido aos insultos recebidos no ano anterior.

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Junho de 2024

Em entrevista ao UOL, o presidente Lula disse que Milei devia desculpas a ele e ao Brasil. "Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas", afirmou. Segundo o petista, esse é o motivo pelo qual ainda não se encontrou com o chefe do governo argentino.

Dois dias depois, Milei rejeitou o pedido de desculpas e voltou a falar que o presidente brasileiro é "corrupto". "Qual é o problema? É porque o chamei de corrupto? Por acaso não foi preso por corrupção? É porque o chamei de comunista? Por acaso não é comunista? Desde quando é preciso pedir perdão por dizer a verdade? Ou a correção política está tão em falta que não podemos dizer nada à esquerda, ainda que seja verdade?", disse afirmou à emissora LN+, do jornal La Nacion.

Julho de 2024

Na última terça-feira (2), o presidente da Argentina, Milei chamou Lula de "o perfeito dinossauro idiota" em uma publicação no X, com uma série de críticas ao brasileiro.

"Sé tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota dizia, já teria perdido", escreveu na rede social. Ele novamente acusou o petista de interferir na eleição presidencial argentina do ano passado.

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Na quarta-feira (3), Lula desistiu de ir para Itajaí, no litoral de Santa Catarina, após Milei confirmar presença no encontro com Bolsonaro, de quem é aliado, em Balneário Camboriú. O ex-presidente e o argentino são as atrações principais da "versão brasileira" do Conservative Political Action Conference (CPAC), evento conservador de direita.

Ainda nesse dia, o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou Milei pelas falas contra Lula. "Quando a maior autoridade do país é atacada por um moleque vagabundo como o Milei, o Senado e o Congresso não podem se calar. Nós não podemos nos calar", disse durante a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor.

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