Entra ano e sai ano, as musas de Carnaval mudam, chegam novas rainhas de bateria, mas uma figura permanece intacta na folia carioca: a empresária Tati Oliva, a primeira-dama do camarote CarnaUOL N1. Casada com o empresário José Victor Oliva, um dos organizadores desde os tempos que uma marca de cerveja patrocinava o espaço, Tati é mais do que uma figura decorativa. "Sei que me chamam de primeira-dama do camarote por causa do meu casamento. Então, uso esse título e acrescento que sou a primeira-dama das parceiras, pois trago muita gente para investir aqui."

Gianne Carvalho/UOL

"A gente não sabia fazer evento com venda de bilheteria"

Foi por causa de Tati que o camarote se manteve quando a marca de cerveja optou por não ter mais um espaço vip com seu nome no Carnaval carioca. Ela costurou uma parceria com Kako Perroy, prestigiado empresário da noite paulistana, para continuar com o camarote na Marquês de Sapucaí. "A gente não sabia fazer evento com venda de bilheteria, mas Kako domina essa área como ninguém. O Banco de Eventos se juntou a ele e ao Álvaro Garnero e nasceu assim o N1", lembra. Ter um patrocínio na camiseta que todos usam para frequentarem o espaço, por exemplo, foi outra iniciativa de Tati, que vendeu a ideia para diferentes empresas de moda ao longo dos anos.

Expansiva, comunicativa, esguia, carismática, atenta a tudo que acontece ao redor, ela é a alma do N1 e uma das cabeças pensantes que ajuda o camarote a manter a boa reputação e a apresentar constantes inovações. Envolvida com o projeto desde 2000, Tati passou por todas as áreas: do atendimento à cervejaria que bancava o lugar até relacionamento com o mailing poderoso que frequenta o camarote.

Schwarzenegger não queria colocar a camiseta do camarote

Com tantos anos de camarote não faltam histórias para Tati contar. De jogadores de futebol a atores de Hollywood, muita gente prestigiou o camarote.

Uma das coisas mais surreais da minha vida foi receber uma ligação pedindo para liberar a entrada do Arnold Schwarzenegger. Naquela época, a gente não pagava artista gringo para estar lá

No dia combinado, foram três carros da equipe organizadora buscar o astro e sua trupe. Quando chegou ao espaço, Schwarzenegger se recusou a colocar a camiseta que era obrigatória para circular no local. Após muita conversa, ele se deu por vencido e vestiu o uniforme. Dias depois, Tati e os responsáveis pelo camarote receberam uma carta de Schwarzenegger. "Ele agradeceu o tratamento que recebeu e nos convidou para visitar o brinquedo do Exterminador do Futuro que ficava num parque da Universal Studios. Ele terminou a carta dizendo que lá ninguém seria obrigado a vestir nenhuma camiseta. Todo mundo teria liberdade de usar o que tivesse vontade!".

"Sei que não existe Carnaval sem mulher nua"

Tati Oliva gosta de dizer que se especializou num segmento que muito marmanjo adora opinar: a escolha das musas. "Mesmo sendo mulher, consigo entender a sacanagem no bom sentido do Carnaval. Sei que não existe Carnaval sem mulher nua. A gente não acha vulgar porque a nudez tem um contexto", afirma. "Elejo uma musa que represente não só os valores carnavalescos, mas que também dialoguem com o tema do camarote." Foi Tati quem convocou Luma de Oliveira, Daniela Cicarelli, Raica Oliveira, Suzana Alves e até Fernanda Abreu para serem musas do espaço. Hoje, ela diz não imaginar outro nome para ocupar o posto que não seja Sabrina Sato.

"Ela é uma figura que abarca tudo o que queremos: é sensual, agrada todos os públicos, tem uma alegria contagiante. Antes dela, às vezes, precisávamos chamar duas meninas para dar conta, porque uma só não tinha as qualidades necessárias."Tão importante quanto às musas são os convidados que ajudam a despertar o desejo em torno do camarote. Tati revela que o segredo de uma boa lista VIP é o mix de pessoas, de diferentes áreas. "Mailing carnavalesco precisa misturar figuras importantes, gente bonita e quem gosta de causar", revela. "Teve uma edição que chamamos uma turma mais certinha e a diversão não rolou."