Pesquisa desvenda mistério de gravidez de quase 2 anos em elefantas
Cientistas alemães afirmaram ter conseguido explicar por que a gravidez de uma elefanta chega a durar quase dois anos. Os elefantes tem uma das gestações mais longas conhecidas do reino animal, durando até 640 dias.
Graças a avançados exames de ultrassonografia, eles identificaram detalhes do processo biológico que permite que os filhotes nasçam com um nível avançado de desenvolvimento cerebral, que os animais usam para reconhecer a estrutura social complexa do grupo onde nasceram e também para se alimentar com a ajuda da tromba.
Segundo Imke Lueders, do Instituto Liebniz de Pesquisa Zoológica e de Vida Selvagem de Berlim, a gravidez de elefantas tem esta duração "devido a um mecanismo hormonal insólito, que ainda não foi descrito em nenhuma outra espécie animal".
A pesquisa, publicada na revista especializada Proceedings of the Royal Society B, ajudará programas de reprodução nos zoológicos. A ovulação em elefantas é desencadeada por dois aumentos repentinos do hormônio reprodutivo luteinizante (LH). Já a gravidez é mantida por hormônios secretados por várias estruturas do ovário, conhecidas como corpo lúteo.
Participantes
Elefantes são animais sociais, com alto nível de inteligência, semelhante à dos golfinhos.
Até o momento, os processos biológicos responsáveis pela longa gestação dos elefantes nunca tinham sido completamente compreendidos.
Mas, os exames mais avançados de ultrassonografia deram aos veterinários e pesquisadores as ferramentas necessárias para monitorar as gestações mais detalhadamente.
O estudo examinou 17 elefantes africanos e asiáticos em zoológicos do Canadá, Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Grã-Bretanha, incluindo dois zoológicos da Zoological Society de Londres (ZSL).
"É muito importante estudar a reprodução dos elefantes", disse Imke Lueders à BBC.
"O conhecimentos que ganhamos através desta pesquisa pode ajudar, no futuro, o gerenciamento da reprodução de elefantes, pois agora temos uma ideia de como a gestação é mantida", acrescentou.
Os pesquisadores pretendem usar estas descobertas não apenas na reprodução em cativeiro, mas também na reprodução de elefantes em seus habitats naturais.
Também poderá ajudar no controle de natalidade de populações de elefantes na África.
Algumas espécies de elefantes estão ameaçadas, mas outras cresceram, o que levou a alguns setores especializados a defenderem planos de controle de natalidade para a espécie ou até o sacrifício dos animais.
"Não apenas a longa gestação dos elefantes (22 meses) é diferente, mas o longo intervalo entre nascimentos (de quatro a cinco anos entre os filhotes), junto com um longo intervalo entre as gerações (média aproximada de 20 anos ou mais) complicam os esforços para gerenciar populações em queda de elefantes ameaçados", afirmou Dennis Schmitt, diretor de pesquisa e conservação do Centro para Conservação de Elefantes, comentando a pesquisa alemã.
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