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A cientista de 13 anos que descobriu como criar energia limpa por apenas R$ 16

28/10/2016 16h01

A americana Maanasa Mendu, de 13 anos, ganhou um prêmio de US$ 25 mil dólares (R$ 80 mil) em um concurso de jovens talentos por ter inventado um equipamento que permite gerar energia renovável de forma acessível - ao custo aproximado de R$ 16.

A jovem contou à BBC como funciona sua criação:

"O dispositivo captura a energia que está constantemente disponível ao nosso redor para criar energia limpa", explicou Mendu ao programa Newsday.

O dispositivo se chama "Harvest" ("colheita", em inglês) e utiliza uma espécie de "folha solar", capaz de obter energia de precipitações, do vento e do sol, graças a pequenas células solares.

A princípio, sua ideia era focar unicamente na energia eólica, mas com a ajuda de sua mentora, a engenheira Margaux Mitera, a jovem descobriu que poderia aproveitar também outros tipos de energia natural.

A energia é gerada graças ao uso de um material piezoelétrico, que gera eletricidade a partir de uma força mecânica, acoplado ao aparelho.

O dispositivo é um pouco rudimentar, mas cumpre o objetivo de produzir energia limpa de forma econômica.

Essa técnica não é nova, mas o interesse nela vem crescendo nos últimos anos. Há esperanças de que essa seja uma forma de lidar com o problema do abastecimento energético a longo prazo.

Após vencer o concurso, a jovem espera desenvolver um protótipo mais complexo, que possa ser comercializado.

Um problema global

Mendu diz que teve a ideia de fazer o aparelho durante sua última viagem à Índia.

"Todos os anos, a minha família, que é indiana, tem que conviver com apagões recorrentes", conta.

"Para mim, isso significa não ter acesso temporariamente ao ar-condicionado ou à eletricidade. Mas, para mais de um quinto da população mundial, os apagões são uma realidade permanente", conta ela.

A menina afirma querer desenvolver um sistema de iluminação que possa solucionar esse problema.

"O que realmente me motivou foi criar um dispositivo que poderia impactar o mundo," afirma ela.

Esse é justamente o espírito da competição, de acordo com Bill Goodwyn, diretor executivo da Discovery Education, a organização que promoveu o concurso.

"A cada ano, esse concurso nos relembra a ingenuidade inspiradora que obtemos ao colocar a nossa geração mais jovem para aplicar a ciência, o pensamento crítico e a criatividade com o objetivo de sugerir soluções para problemas do mundo real", afirmou Goodwyn.

Mendu competiu com outros nove finalistas, que se mostraram como jovens talentos podem mudar o mundo.

Entre os projetos participantes, eles apresentaram bactérias geradoras de energia, um sensor para ajudar pessoas com dificuldades físicas, um simulador de reanimação cardiopulmonar e um dispositivo para controlar a poluição.