Carla Araújo

Carla Araújo

Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Sem 'voto fantasma' ou confusão, 2ª eleição de Alcolumbre será sem emoção

"Vai ser de lavada" e "placar vai ser alto". As duas frases foram ditas por senadores e presidentes de partidos sobre as perspectivas de como será a esperada vitória de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) neste sábado (1º) em seu retorno à presidência do Senado.

Presidente eleito no biênio de 2019 a 2021, com 42 votos, a maior parte dos políticos ouvidos pela coluna —do PL ao PT— apostam que o placar de amanhã será mais amplo.

O próprio Alcolumbre dizia no ano passado que acreditava já ter cerca de 55 votos. Isso num momento em que ainda não contava com o apoio declarado do governo do presidente Lula (PT). Nesta reta final, às vésperas da eleição, sua equipe já contabiliza 60 votos.

Se ninguém se arrisca a cravar um placar, a classe política é unânime em reconhecer que não haverá "emoção" nem surpresas nas urnas.

Alguns lembram a confusão da eleição de 2019, quando chegou a existir a contabilidade de 82 votos na urna, sendo que só existem 81 senadores. O "voto fantasma" acabou anulando a eleição, que teve que ser refeita.

Alcolumbre tinha o apoio do Palácio do Planalto, então sob o comando de Jair Bolsonaro (PL), e disputava com Renan Calheiros (MDB-AL), que deixou a disputa na confusão do "voto fantasma" e que agora, em 2025, promete votar no antigo adversário.

Além do "voto fantasma", em 2019, Renan questionou a competência de Alcolumbre para presidir a sessão que ele era candidato. Mas ele se defendeu dizendo ser membro da Mesa Diretora. Foram quase cinco horas de sessão com diversas manobras regimentais, irritando senadores.

O ápice da confusão teve como protagonista a senadora Kátia Abreu, que subiu até a mesa e tirou da mão de Alcolumbre a pasta que continha explicações regimentais.

O clima de animosidade dificilmente será repetido neste sábado. "Dessa vez não vai ter nada disso. Vai ser sem emoção", frase dita por muitos parlamentares.

Continua após a publicidade

Mas existem adversários na disputa?

Quatro candidatos disputam com Alcolumbre. Os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), que formalizou sua candidatura na quinta-feira (30).

Pontes, que foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo Bolsonaro, tenta se projetar como o candidato de oposição, apesar de não ter apoio de seu partido, que já disse que votará com Alcolumbre. E sua candidatura irritou inclusive o ex-presidente.

Girão, Do Val e Thronicke também carecem de apoio, mas querem aproveitar o palanque da candidatura para expor suas pautas em dia de Casa cheia.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.