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Leonardo Sakamoto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Bajulação de Kelmon a Bolsonaro reforça a petistas que debate era armadilha

Colunista do UOL

24/09/2022 21h33Atualizada em 24/09/2022 22h50

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A atuação do "padre" Kelmon Souza como relações públicas de Jair Bolsonaro no debate presidencial realizado no SBT, neste sábado (24), fortalece a decisão de Lula de não ter comparecido ao evento. Essa é a opinião de membros da cúpula da candidatura do petista ouvidos pela coluna.

A presença do candidato do PTB, que ocupa a vaga deixada por Roberto Jefferson após o Tribunal Superior Eleitoral negar o registro de sua candidatura, foi avaliada como uma "armadilha".

Citando que este jornalista havia criticado Lula pelo anúncio da ausência no debate dias atrás, um dos ouvidos afirmou que a ação de Kelmon mostrou que foi melhor o ex-presidente ter cumprido as atividades que ele tinha programado para a Zona Leste da capital paulista e o Rio de Janeiro.

Nesta sexta (23), em Ipatinga (MG), o petista justificou sua ausência no debate afirmando que teria esses eventos de campanha e que não seria possível desmarcar. Vale lembrar que foi ele quem sugeriu que os veículos de comunicação se juntassem em pool para transmitir os debates.

Mas comentou a inserção de Kelmon entre os participantes - o candidato do PTB não estava no debate do pool UOL, Folha, TV Cultura e TV Bandeirantes, realizado em 28 de agosto.

"Tem gente nova que eu não conheço. Faz uma semana que entrou um candidato que eu sei nem quem é. Então, eu precisava estudar essa biografia desse cidadão, o histórico político dele, o que que ele já fez. É difícil fazer debate no escuro", afirmou.

Não é raro candidatos servirem como linha auxiliar de outros em debates eleitorais, mas Kelmon (que tem sua ordenação como sacerdote ortodoxo questionada) chegou a bajular e defender Bolsonaro diversas vezes durante o debate.

"Nós temos todos esses candidatos aqui, todos os candidatos aqui atacando um só, o presidente da República. Eu estou só observando a fala de cada um. Cinco contra um. Mas agora, são cinco contra dois", afirmou no segundo bloco.

Depois, no terceiro, aprofundou a adulação ao fazer uma dobradinha com o próprio Jair, que o escolheu nas duas oportunidades em que poderia perguntar a outro candidato:

"A minha opinião é que o senhor tem ajudado muito esse país, e nós estamos vendo aqui um massacre. Eu nunca tinha visto isso na minha vida. Partidos que se juntaram, cinco partidos que se juntaram pra bater num presidente da República. Com falácias, com mentiras, inventando."

Kelmon Souza também afirmou que Bolsonaro aumentou o poder de compra da população e salvou os mais pobres na pandemia, além de elogiar a condução da economia pelo "nosso ministro Paulo Guedes" e atacar Lula, Dilma Rousseff e o PT.