Post falso associa Alckmin e Lula para dizer que ex-tucano foi hostilizado
Bernardo Barbosa
Do UOL, em São Paulo
21/12/2021 19h25
É falso que o ex-governador paulista Geraldo Alckmin tenha sido atingido por ovos recentemente em Jundiaí (SP), como dizem posts feitos nas redes sociais pelo menos desde o começo da semana passada. A foto é de 2012, e mostra Alckmin sendo alvo de café em Campinas (SP).
A foto que aparece nos posts foi publicada pelo G1 em 14 de outubro de 2012 e registrada pelo fotógrafo João Paulo Teixeira, da agência FotoArena. O texto que acompanha a imagem explica que uma mulher jogou café em Alckmin durante uma caminhada de campanha de Jonas Donizette (PSB), então candidato a prefeito de Campinas.
Em 2016, manifestantes atiraram ovos na direção de Alckmin durante um evento em Jundiaí, mas o então governador não foi atingido, noticiou a Folha na época.
A imagem com a informação falsa sobre o ataque a Alckmin passou a circular em perfis de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em paralelo às notícias da aproximação do ex-governador com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula vem liderando as pesquisas de intenção de voto para presidente em 2022, e há conversas para que Alckmin seja o vice em sua chapa por um partido ainda a definir. O ex-governador paulista formalizou sua saída do PSDB este mês.
No Instagram e no Facebook, o deputado estadual capixaba Capitão Assumção (Patriota) publicou a foto hoje (21) associando Alckmin a Lula e tratando o caso de hostilidade ao ex-tucano como se fosse recente. O parlamentar usou a legenda "Recepção calorosa", e um texto adicionado à imagem diz: "Futuro vice de Lula é recebido com uma chuva de ovos em Jundiaí".
No Twitter, um post feito no dia 13 e que teve mais de 2 mil compartilhamentos diz: "Gente! Este Foi OVOcionado em Jundiaí. Parabéns, povo de Jundiaí". "Ganhou o que merece", afirma outro usuário um dos comentários na publicação. "Vamos ovacionar todos de esquerda de afora em diante", postou outro.
Este conteúdo também foi checado pelo AFP Checamos, e já havia sido usado em outras peças de desinformação nas eleições de 2018, quando Alckmin foi candidato a presidente pelo PSDB, como mostrou na época o site E-Farsas.