MC que debochou de PM da Rota não morreu em operação policial
Pedro Vilas Boas
Colaboração para o UOL, em Salvador
10/08/2023 08h25Atualizada em 10/08/2023 12h41
É falsa a afirmação que circula nas redes sociais de que Adelso dos Santos de Almeida Junior, conhecido como "MC Juninho do BP", morreu em uma operação policial após gravar um vídeo em que debocha da morte do soldado PM Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar).
O que diz o post
Uma publicação no Twitter compartilha o vídeo do MC e afirma que ele morreu "antes de conseguir gravar vídeo pedindo desculpas".
"Gravou vídeo zombando da morte do policial da Rota e chamou a PM pra ir trocar tiro com ele. Resultado: foi morto em operação policial antes de conseguir gravar vídeo pedindo desculpas", diz a postagem.
O MC começa o vídeo afirmando que troca tiros com a polícia "sem medo de morrer". Ele também afirma que integra o crime organizado e diz para a Rota "descer lá".
Ao final, ele debocha da morte do soldado PM: "Eu vou contar pra vocês, nós mandamos um montão. Baleamos. Um ficou f... e o que 'deitou' foi o Reis".
Por que é falso
O advogado Silvano José de Almeida, que representa o MC, confirmou ao UOL Confere que a afirmação sobre a morte é falsa. Segundo a defesa, após uma prisão em flagrante por associação ao tráfico, o homem foi solto e responderá em liberdade por apologia ao crime.
MC Juninho estaria "embriagado" quando gravou o vídeo e se arrependeu "amargamente" do que fez. "Ele tem 21 anos, não tem envolvimento com o tráfico. Apenas uma passagem quando era mais jovem, por furto", disse o advogado ao UOL na semana passada.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que o homem foi solto após audiência de custódia e vai responder em liberdade.
Viralização. A publicação falsa, compartilhada no Twitter no dia 1 deste mês, registra 920.8 mil visualizações, 11.7 mil curtidas e 1.317 retuítes.
Este conteúdo também foi checado por Estadão Verifica.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
Fabíola Cidral conta como reconhecer logo de cara uma fake news