É falso que água esteja contaminada por vírus no RJ, como diz áudio
Um áudio com informações falsas sobre uma suposta contaminação por vírus na água do Rio de Janeiro voltou a circular no WhatsApp. O conteúdo foi desmentido pela Fiocruz em 2020 e novamente em 2023.
A checagem foi sugerida por leitores do UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post
Em um áudio encaminhado no aplicativo de mensagem, sem dizer seu nome, uma voz se apresenta como uma pessoa casada com um biólogo da Fiocruz e moradora de Copacabana. "Meu marido é biólogo da Fiocruz. A Fiocruz foi proibida de falar o risco que está acontecendo na água do Rio de Janeiro", afirma.
"Vírus muito forte". No áudio, que tem cerca de 2 minutos, a mulher diz que "água de filtro não funciona, o vírus passa. Tem que ferver a água" e faz afirmações alarmistas como "não beba água da torneira. A água está com um vírus muito forte". A pessoa, no entanto, não cita que vírus seria esse.
Outra versão, em vídeo, em que um homem aparece antes de exibir o mesmo áudio viral também circula no WhatsApp.
Por que é falso
O áudio é antigo e circulou em janeiro de 2020, quando foi desmentido pela Fiocruz (veja aqui). À época, a instituição disse que não havia nenhuma análise de amostra de água sendo feita pela Fiocruz. Na ocasião, o áudio também foi checado pela Lupa (aqui).
A Fiocruz desmentiu novamente o áudio em setembro de 2023. Em comunicado no site oficial da instituição, a Fiocruz reafirma que o áudio é falso. "Esse áudio não corresponde a um posicionamento da instituição e não foi realizada recentemente análise da água do Rio de Janeiro pela instituição", disse novamente no dia 13 de setembro (leia aqui).
Água contaminada, mas não por vírus. No final de agosto deste ano, houve uma contaminação na água do Rio Guandu, que abastece o Rio de Janeiro, mas por um produto químico, que acredita-se que tenha sido um composto presente em detergentes (leia o pronunciamento da Cedae aqui e aqui). O abastecimento chegou a ser suspenso por causa disso (veja aqui, aqui e aqui). Segundo a Cedae, a água contaminada não chegou a ser distribuída para a população.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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