Vídeo de ato contra Lula não é novembro de 2023, mas de setembro de 2022
Letícia Mutchnik
Colaboração para o UOL, em São Paulo
17/11/2023 17h16
Um vídeo de uma manifestação em Brasília não foi registrado no último dia 15 de novembro, mas em em setembro de 2022, ao contrário do que dizem postagens nas redes sociais. Nas imagens, um grupo de pessoas xinga o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Esplanada dos Ministérios.
Elementos das imagens indicam que as cenas foram registradas durante a comemoração do Bicentenário da Independência no ano passado.
O que diz o post?
"Manifestação hoje dia 15.11.23 ao vivo. Chora ptzada", diz texto sobreposto a vídeo de manifestação de pessoas de verde e amarelo xingando o Lula na Esplanada dos Ministérios.
"Lula ladrão, o seu lugar é na prisão", dizem os manifestantes enquanto há no fundo o som de vuvuzelas e aplausos.
Por que é distorcido
A gravação está disponível nas redes desde setembro de 2022. A partir de uma busca reversa pela plataforma InVid, é possível descobrir que a cena é antiga (aqui).
Elementos presentes nas imagens atestam que ela foi feita durante o desfile do 7 de setembro daquele ano, durante o Bicentenário da Independência:
- Os painéis presentes nas fachadas dos ministérios exibem propagandas com o número 200 em alusão à comemoração ao Bicentenário da Independência.
- Algumas pessoas usam bonés e cartazes com dizeres que remetem a campanha presidencial de Bolsonaro, como um boné com a frase "Bolsonaro 2022".
- Estruturas, como tendas e barracas, apontam que o evento havia sido planejado pelo governo.
Houve, de fato, manifestações contra Lula em 15 de novembro deste ano, mas, como reportado pelo UOL (aqui), havia cerca de 200 pessoas caminhando pelo Eixo Rodoviário da cidade e sem registro de grandes aglomerações na Esplanada dos Ministérios.
Viralização. Compartilhado no Instagram em 15 de novembro, até a manhã de hoje (17), o conteúdo somava 9,4 mil visualizações nas últimas 24 horas e acumulava 3,6 mil curtidas.
O vídeo também foi checado pelo Aos Fatos.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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