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Fibrolamina Z8 não é aprovado pela Anvisa nem cura impotência sexual

03.mai.2024 - Segundo a Anvisa, suplementos alimentares não podem fazer alegações terapêuticas sobre disfunção erétil Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Facebook

Do UOL, no Rio

03/05/2024 17h10

É falso que um produto comercializado com o nome de "Fibrolamina Z8" possa acabar com a impotência sexual. O produto, que é um suplemento alimentar, nem poderia fazer esse tipo de propaganda, segundo a Anvisa. Anúncios em redes sociais promovem o produto citando um suposto "segredo peruano".

O que diz o post

Em um vídeo, um homem anuncia que um suposto doutor vai explicar como curar a impotência sexual. Em seguida, o outro homem diz que para tratar impotência sexual o segredo seria tratar a produção de "células da virilidade". Ele anuncia que para o tratamento seria necessário consumir uma fórmula, que ele vai ensinar como preparar "clicando no link" do saiba mais do anúncio.

O vídeo direciona para um link, onde o produto é comercializado, e é acompanhado da seguinte legenda: "Descubra o segredo peruano que vem ajudando milhares de homens ao redor do Brasil. Experimente risco zero ou seu dinheiro de volta!"

Dentro do link, há um longo vídeo supostamente explicando como o produto foi desenvolvido. O homem, então, se apresenta como Ricardo Ribeiro, farmacêutico, doutor em farmacologia. Durante o vídeo, ele diz que a Anvisa teria aprovado o produto, o que é falso.

Por que é falso

O produto não é aprovado pela Anvisa. O Fibrolamina Z8 é comercializado como um suplemento alimentar. Esse tipo de produto possui dispensa de registro na Anvisa. E, de acordo com a agência reguladora, apenas alegações autorizadas podem ser veiculadas na rotulagem, desde que sejam atendidos os requisitos específicos, sendo obrigatória a declaração no caso de suplementos alimentares contendo enzimas ou probióticos.

Não existe alegação relacionada a disfunção erétil para suplementos. Assim não é possível suplemento alimentar fazer esta alegação.
Anvisa

Ou seja, nenhum suplemento alimentar pode anunciar que cura ou trata impotência sexual (aqui).

Em nenhuma hipótese, um suplemento alimentar pode apresentar indicação de prevenção, tratamento ou cura de doenças. Esse tipo de alegação é restrita a medicamentos e precisam ser comprovadas por outros meios.
Anvisa

'Célula da virilidade' não existe. Segundo o médico Eduardo Miranda, supervisor da área de Medicina Sexual do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, o que existem são tratamentos que estimulam a produção do hormônio testosterona, mas não curam a impotência sexual. "Se aumentar a testosterona curasse a impotência, não ia ter ninguém com impotência. É outra coisa", explica.

Existe cura para a impotência? Existem vários tipos de disfunção erétil. De acordo com o urologista, na maioria dos casos, a impotência é encarada como uma doença crônica que pode ser controlada. "Em outros casos, ela é causada por outras doenças ou problemas de saúde mental e psicológicos pontuais, e ao curar esses problemas, acaba curando a impotência", diz Miranda. "Existe cura em cenários específicos."

Sobre o suplemento alimentar, o médico afirma que "essas substâncias certamente não levam à cura da impotência".

Homem do vídeo não foi identificado. O UOL Confere não conseguiu, por mecanismos de busca reversa, descobrir quem é o homem que se apresenta como farmacêutico no vídeo da propaganda. A reportagem procurou o Conselho Federal de Farmácia para verificar a identidade do homem em questão, mas não obteve retorno sobre o assunto até a publicação desta checagem.

Consumidores reclamam. Em uma busca pelo nome do produto no site Reclame Aqui é possível encontrar diversos registros de consumidores que alegam que não receberam a compra (veja aqui).

Viralização: No Facebook, o UOL Confere localizou ao menos 23 anúncios pagos com propagandas do tipo entre 16 de abril e 2 de maio de 2024 (aqui) registrados na Biblioteca de Anúncios da Meta. Um dos posts tinha mais de 11 mil curtidas.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

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