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Em sabatina, Nunes exagera UPAs entregues e dá dado impreciso de educação

Ricardo Nunes na sabatina UOL/Folha Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução UOL
Isabela Aleixo, Carlos Iavelberg, Hygino Vasconcellos e Tatiana Gerasimenko

Do UOL, no Rio e em São Paulo, e colaboração para o UOL

06/09/2024 20h51

Em sabatina do UOL com a Folha de S. Paulo, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), exagerou o número de UPAs entregues por ele e deu declaração imprecisa sobre educação.

Confia a seguir a checagem feita pelo UOL Confere:

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Só de UPA, eu entreguei 18.

EXAGERADO. O UOL Confere não localizou as 18 unidades que Nunes alega ter entregue. Procurada, a assessoria de imprensa da campanha repassou uma lista de 18 UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] que teriam sido inauguradas na gestão do prefeito. Ao ser questionada sobre algumas inconsistências, a campanha orientou que a reportagem procurasse a Secretaria Municipal da Saúde. A pasta, então, forneceu uma nova lista. Entretanto, em três casos foram encontradas inconsistências.

A UPA Jabaquara foi entregue em abril de 2020 pela gestão do então então prefeito Bruno Covas (aqui), em que Nunes ainda era vice. Ele só assumiu em maio do mesmo ano (aqui). A UPA 24h Vera Cruz, por sua vez, foi inaugurada em 2018 pelo então prefeito João Doria (aqui). A secretaria disse que Nunes entregou uma "ampliação da unidade".

Já a UPA Santo Amaro foi originalmente lançada em 2018 por Bruno Covas. Em junho de 2024, contudo, a unidade passou a funcionar em novo endereço e com maior capacidade de atendimento, tendo sido esta mudança inaugurada por Nunes (aqui).

Ideb, sim. Nós estamos com 0,2% [sic], a maior na média das capitais no ensino final. E estamos com 0,2 menor no ensino inicial. Realmente a gente precisa melhorar a questão no ensino inicial. Com relação à comparação das capitais, nós estamos 0,8 ponto acima, por exemplo, da cidade que é administrada pelo PSOL. Nós estamos com 5,8 e a cidade que é administrada pelo PSOL, 5.

IMPRECISO. A nota do Ideb 2023 da cidade de São Paulo nos anos iniciais foi de 5,6, e não 5,8 como afirma Nunes (aqui e aqui - linha 9953). Já nas edições anteriores, o indicador ficou em 5,7 (em 2021) e 6 (em 2019). Já a "cidade administrativa pelo PSOL", que no caso é Belém, a nota ficou em 5 na última avaliação (aqui e aqui - linha 502). Ou seja, a diferença é de 0,6 ponto, e não 0,8. Os dados são do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Eram 4.000 [usuários de drogas na "cracolândia"] na época do PT. Hoje, tem em torno de 900.

IMPRECISO. O método para medir o número de usuários na região da "cracolândia" é impreciso. Desde 2017, a prefeitura usa imagens feitas por drones. Porém, o sistema monitora apenas em dois períodos: das 9h às 10h e das 15h às 16h. Além disso, a própria prefeitura diz que a estimativa pode ser prejudicada por árvores e barracas (aqui).

A última gestão do PT à frente da Prefeitura de São Paulo (Fernando Haddad) terminou em 2016. No ano seguinte, uma pesquisa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo apontou que o fluxo havia crescido 160% nos meses de abril e maio de 2017 em comparação aos mesmos meses de 2016. Na época, o levantamento, que já englobava parte da gestão de João Doria (PSDB), constatou uma média de 1.861 pessoas frequentes no fluxo (leia aqui). Ou seja, um número bem menor do que os 4.000 citados por Nunes.

Em março deste ano, reportagem do G1, citando dados da prefeitura, apontou que o "fluxo" da "cracolândia" havia crescido em relação ao mesmo mês de 2023. Alta de 44,3% no período da tarde e 17,4% pela manhã (leia aqui). Já reportagem da Folha, de junho deste ano, apontou redução de 600 usuários para 400 no período da tarde (leia aqui).

O BRT Radial Leste fiquei mais de um ano para poder licitar. Agora que licitei, dei ordem de início. Mais de um ano.

IMPRECISO. Nunes deu a declaração quando comentava sobre a burocracia para realizar obras na capital paulista. A licitação do BRT Radial Leste foi lançada em dezembro de 2022 (leia aqui). No mês seguinte, o TCM (Tribunal de Contas do Município) suspendeu o processo por suspeita de sobrepreço. Mas o órgão liberou a licitação em junho de 2023, ou seja, seis meses depois, e não um ano (leia aqui).

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