Nunes não garante congelar tarifa de ônibus e se esquiva sobre creches

O candidato à reeleição para Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse durante a sabatina do UOL com a Folha de S. Paulo que, caso seja reeleito, não garante tarifa de ônibus sem aumento na cidade nos próximos anos.

O que aconteceu

Nunes se esquivou ao ser questionado sobre a qualidade da educação e o critério para fila na creche. O prefeito não deu detalhes sobre a atual situação das escolas na cidade e reforçou que a fila da creche está zerada (leia mais abaixo).

Candidato à reeleição, o emedebista voltou a classificar o ato do 7 de Setembro como uma "manifestação em defesa do Estado Democrático de Direito". "Vou estar lá dentro desse contexto. Quem tem que avaliar a questão, que não é do Alexandre [de Moraes], mas de qualquer um do STF, é o Senado", disse.

O prefeito citou a parceria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao menos sete vezes durante a entrevista. A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral, com participação da colunista do UOL Raquel Landim e de Fábio Haddad, editor da Folha.

Sobre a "cracolândia", Nunes disse que a internação compulsória deve ser adotada "em casos extremos". A declaração se opõe ao de seu vice, o coronel Ricardo Mello Araújo, que defendeu a medida recentemente durante entrevista.

Transporte

"Falar que vou manter [a tarifa de ônibus] sem aumento à frente, não posso garantir, porque tem inflação. E se tiver uma explosão [no preço] de diesel? Vou ficar como mentiroso?", disse. O último reajuste da tarifa ocorreu em 2020. Os opositores de Nunes afirmaram nos últimos anos que a medida era eleitoreira e que o anúncio da tarifa zero aos domingos seria uma tentativa de emplacar uma bandeira da sua gestão.

O candidato à reeleição disse que, ao final deste ano, vai fazer uma análise para ver se os R$ 4,40 da passagem se mantêm. "Vamos fazer uma avaliação do dissídio, do aumento do diesel e da arrecadação para definir a questão da tarifa. Sou o único prefeito que manteve a tarifa por quatro anos sem correção e sem abrir mão da responsabilidade fiscal", afirmou.

Nunes evitou entrar em detalhes sobre a meta dos corredores de ônibus. O plano previa a entrega de 40 km, mas, segundo o documento da prefeitura, a gestão viabilizou cerca de oito quilômetros. O prefeito afirmou que existem 80 km de corredores em obras pela cidade, mas não deu prazo para conclusão.

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Segurança

O emedebista negou que haja milícia na cidade de São Paulo e disse que é uma "irresponsabilidade" chamar guardas presos em operação do MP no mês passado. "Qualquer pessoa da GCM que esteja ali comprometendo a imagem positiva da instituição, que ela seja afastada e responda criminalmente", disse.

O prefeito prometeu aumentar a Guarda Civil Metropolitana em mais dois mil agentes. A proposta, segundo ele, é ampliar o contingente em 500 pessoas a cada ano, caso seja reeleito.

Questionado sobre o suposto envolvimento do PCC com as empresas de ônibus, ele disse que a prefeitura é assistente de acusação no processo. Nunes ressaltou que a administração municipal age com rigor no tema. Duas empresas de ônibus, a Transwolff e a UPBus estão sob intervenção do município desde abril deste ano..

Nós contribuímos com os dados, com as informações para o Ministério Público. Não existe uma coisa distanciada de interesse. O maior interessado nesse processo todo somos nós da Prefeitura de São Paulo. Mas é só bom a gente colocar, porque as pessoas estão confundindo achando que a prefeitura talvez tenha esse poder de quebrar sigilo telefônico, sigilo bancário, sigilo fiscal.
Ricardo Nunes, candidato à reeleição

Educação

Nunes foi evasivo ao ser questionado sobre os critérios para dizer que a fila para creches está zerada na cidade. Especialistas afirmam que um dos critérios é que caso a prefeitura ofereça uma vaga e a família recuse a creche indicada, ela deixa de ser considerada na fila. Às vezes, a distância entre a casa da criança e a vaga ofertada é um motivo para recusa. Essa família, entretanto, não é considerada na fila.

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O candidato à reeleição prometeu alfabetizar 95% dos alunos no tempo certo, caso seja eleito. Questionado sobre o lugar que a cidade ocupou no último ranking, ele minimizou dizendo que o MEC (Ministério da Educação) "mudou a metodologia". Nunes disse que São Paulo teve performance melhor que cidades governadas por PSOL e PSB — partidos de Guilherme Boulos e Tabata Amaral — no Ideb, principal avaliação da educação básica.

Prefeito deu "nota 9,5" para a educação na cidade e disse que só não dá 10 porque busca sempre melhorar o serviço. Hoje, só 38% dos alunos da capital paulista aprenderam a ler no tempo certo. Nunes prometeu educação integral nas escolas, caso seja reeleito.

Sabatinas UOL/Folha

O UOL e o jornal Folha de S.Paulo promovem sabatinas com todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo para discutir temas que preocupam os eleitores da cidade. Veja a programação:

  • Pablo Marçal (PRTB): quarta-feira (4);
  • Tabata Amaral (PSB): quinta-feira (5);
  • Ricardo Nunes (MDB): sexta-feira (6), às 15h.
  • Guilherme Boulos (PSOL): segunda-feira (9), às 10h30;
  • Altino Prazeres (PSTU): terça-feira (10), às 9h;
  • Ricardo Senese (UP): quarta-feira (11), às 9h;
  • João Pimenta (PCO): quinta-feira (12), às 9h;
  • José Luiz Datena (PSDB): sexta-feira (13), às 10h;
  • Bebeto Haddad (DC): segunda-feira (16), às 9h;
  • Marina Helena (Novo): quarta-feira (18), às 9h.

O UOL e a Folha também estão recebendo os principais candidatos à prefeitura de 18 cidades do país. Já aconteceram as sabatinas de:

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Acontecerão ainda as sabatinas de Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto e São José dos Campos.

*Participam desta cobertura:
Ana Paula Bimbati, Anna Satie e Saulo Pereira Guimarães, do UOL, em São Paulo, e Caio Santana, em colaboração para o UOL.

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