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Posts enganam ao dizer que Moraes pode ser preso a qualquer momento

27.dez.2024 - Posts usam reportagem antiga para citar possível prisão de Moraes Imagem: Arte/UOL Confere sobre reprodução/Instagram

Ricardo Espina

Colaboração para o UOL

27/12/2024 18h27

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes não corre o risco de ser preso "a qualquer momento" sob a acusação de cometer abuso de autoridade, ao contrário do que afirmam publicações que circulam nas redes sociais.

Os posts enganosos compartilham uma reportagem de 2022 da Jovem Pan sobre o assunto como se ela fosse recente.

O que diz o post

A publicação contém a seguinte chamada: "Alexandre de Moraes pode ser preso a qualquer momento".

Abaixo, há um vídeo de uma reportagem da Jovem Pan na qual é relatada uma ação de delegados aposentados da Polícia Federal, que pedem a investigação de Moraes por suposto abuso de autoridade. O post não deixa claro quando a matéria foi veiculada pela emissora de TV.

"Delegado da PF. Pede que Alexandre seja afastado", diz o texto que completa a postagem, publicada na última segunda-feira (23) e que dá a entender tratar-se de algo recente.

Por que é falso

Reportagem citada em post enganoso é de 2022 e nada indique que o ministro pudesse ser preso. Em pesquisa no Google com os termos "Alexandre de Moraes", "delegados" e "Jovem Pan" (aqui), o UOL Confere chegou à reportagem original citada pelas publicações desinformativas. O conteúdo foi ao ar em 26 de setembro de 2022 (aqui, aqui e abaixo) e conta que 131 delegados aposentados da Polícia Federal encaminharam a Augusto Aras, então procurador-geral da República, uma notícia-crime contra Moraes e o delegado Fábio Alvarez Shor, da Diretoria de Inteligência da PF. Eles alegavam que houve abuso de autoridade em uma operação contra empresários apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

PF realizou operação contra empresários que defendiam golpe de Estado. Em agosto de 2022, o STF autorizou a Polícia Federal a realizar uma operação contra oito empresários que defendiam um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições presidenciais daquele ano (aqui e aqui). A ação golpista teria sido mencionada em um grupo privado de mensagens no WhatsApp (aqui). Cerca de um ano depois, Moraes arquivou a investigação contra seis pessoas: José Isaac Peres (Multiplan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Bandeira (Coco Bambu). Já as apurações contra Luciano Hang (Havan) e Meyer Nigri (Tecnisa) foram mantidas (aqui).

Bolsonaro depôs à PF sobre mensagens a grupo de empresários. A Polícia Federal intimou o ex-presidente a depor na investigação sobre o caso, com base em conversas encontradas no celular de Meyer Nigri e na relação de proximidade entre Bolsonaro e Hang (aqui). Em 18 de outubro de 2023, Bolsonaro entregou um manifesto por escrito à PF e negou qualquer intenção golpista. Ele ainda disse que o inquérito foi usado para calar o dono da Havan (aqui).

Este conteúdo também foi checado pela AFP.

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