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Bolsonaro não assumiu que ato em Copacabana 'flopou'; post omite contexto

1º.abr.2025 - Para Bolsonaro, imprensa falou que ato "flopou" - Arte/UOL sobre Reprodução Facebook 1º.abr.2025 - Para Bolsonaro, imprensa falou que ato "flopou" - Arte/UOL sobre Reprodução Facebook
1º.abr.2025 - Para Bolsonaro, imprensa falou que ato "flopou" Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Facebook

Do UOL, no Rio

01/04/2025 17h03

Não é verdade que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha assumido que a manifestação em Copacabana organizada pelo seu partido para defender a anistia de condenados pelo 8 de Janeiro "flopou".

A declaração de Bolsonaro que está circulando era sobre o que ele julgava que a imprensa havia dito sobre o ato. Post que circula em redes sociais omite o contexto da fala e insere legenda enganosa.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

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O que diz o post

Vídeo com fala de Bolsonaro em que ele diz "Copacabana flopou" é compartilhado com a seguinte legenda: "Bolsonaro contraria seus eleitores e confessa que Copacabana flopou".

Por que é distorcido

Publicação omite contexto. A fala pode ser verificada a partir do momento 05:33:06 da transmissão da CNN Brasil no Youtube. A declaração aconteceu durante pronunciamento de Bolsonaro após decisão do STF que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado. "A imprensa fala que, parte da imprensa, que Copacabana "flopou", flopou. Eu não sei quantas pessoas tinham lá. A USP, com o pessoal do cabelo colorido, fala que tinha 18 mil. Ou tinha 1/4 de Maracanã. 1/4 de Maracanã. A PM falou 400 mil. Mas nós levantamos que tinha umas 3 milhões de pessoas assistindo via internet", disse o ex-presidente.

Na gíria de internet, "flopar" significa "fracassar". A palavra tem origem no inglês "flop" (aqui).

Diferença nos números. Segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a ONG More in Common, o ato pela anistia dos condenados no 8 de Janeiro reuniu 18,3 mil pessoas em Copacabana, no Rio, no dia 16 de março. O número é estimado a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. No dia do ato, contrariando a tradição de não divulgar estimativa de público de manifestações políticas (aqui), a PM do Rio publicou no X que havia 400 mil pessoas em Copacabana (aqui). A corporação não divulgou a metodologia para chegar a este número. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), participou do ato e discursou no trio ao lado de Bolsonaro.

Expectativa era de 500 mil pessoas a 1 milhão. Antes do evento, em vídeo publicado nas suas redes sociais em 10 de março, o ex-presidente fez uma convocação para o ato e disse "um milhão [de pessoas] em Copacabana" (veja aqui). Já em declaração à revista Veja três dias depois, Bolsonaro falou que esperava um público de 500 mil pessoas (aqui).

Viralização. No Facebook, um post com o conteúdo enganoso registrava mais de 62 mil visualizações.

Este conteúdo também foi verificado por Estadão Verifica e AFP.

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