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Secretaria da Fazenda de Alagoas é invadida por servidores e movimentos sociais

Carregando faixas e bandeiras, servidores públicos e integrantes de movimentos sociais ocuparam o prédio da Secretaria da Fazenda de Alagoas em protesto por melhores salários - Carlos Madeiro/UOL
Carregando faixas e bandeiras, servidores públicos e integrantes de movimentos sociais ocuparam o prédio da Secretaria da Fazenda de Alagoas em protesto por melhores salários Imagem: Carlos Madeiro/UOL

Carlos Madeiro<BR>Especial para o UOL Notícias

Em Maceió

07/04/2010 14h39

Cerca de 500 servidores públicos e integrantes de movimentos sociais invadiram o prédio da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas no fim da manhã desta quarta-feira (7). Eles reivindicam reposição salarial ao governo e a retirada de um projeto de lei que prevê a contratação de organizações sociais para administração de unidades de saúde.

Participam da manifestação servidores da área de saúde, segurança pública e educação, além de integrantes da coordenação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A invasão aconteceu após os servidores de diversas categorias realizarem assembleias nesta quarta-feira.

Segundo o presidente da CUT de Alagoas, Izac Jackson, o movimento é pacífico e só deve deixar o prédio quando o governo chamar os representantes do protesto para uma negociação.

“A maioria dos servidores está há quatro anos sem reajuste salarial e há um descaso do governo com todas as categorias. E para piorar, o governador [Teotonio Vilela Filho-PSDB] enviou um projeto de lei para a Assembleia onde prevê a privatização da gestão dos serviços públicos, o que é completamente inconstitucional”, afirmou.

A presidente do Sinteal (Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas), Célia Capistrano, explicou que o protesto tenta sensibilizar o governo para questões salariais acumuladas há anos e que, para ela, podem resultar em uma greve geral dos servidores nas próximas semanas.

“O que mais nos incomoda é o silêncio. O governo nos esqueceu. Já que ele tenta insinuar a todo instante que temos interesse político, agora vamos ao máximo tentar desgastar a imagem dele perante a sociedade, para que todos saibam o que ele faz conosco”, disse Capistrano.

O Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar foi acionado e tenta negociar a saída dos manifestantes do prédio. Segundo cronograma estabelecido pela CUT, os servidores devem ir ainda nesta tarde à Assembleia Legislativa, onde pretendem negociar com os deputados a retirada do projeto de lei das organizações sociais.

Desde as 7h desta quarta-feira, os policiais militares realizam um aquartelamento de 24 horas para cobrar reajuste salarial. Mas a adesão ao movimento foi pequena. Segundo o secretário de Defesa Social, Paul Rubim, o trabalho de rua não foi afetado e todas as equipes estão operando normalmente.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Wagner Simas, afirmou que há militares que se negaram a trabalhar nesta quarta-feira e que a manifestação está tendo um “efeito dominó”. “Estamos ganhando mais adeptos, mas é claro que alguns não participam, até mesmo pelas ameaças que a direção da polícia fez”, afirmou.

Até o momento, o governo não se pronunciou sobre a invasão do prédio da Secretaria da Fazenda. Por conta da ocupação, o atendimento no órgão foi totalmente suspenso.

Pela manhã, o governador chegou a afirmar que os protestos eram coordenados por pessoas com interesses políticos. "Os servidores precisam ficar atentos, pois há pessoas que têm interesses partidários. Espero que eles não sejam massa de manobra de interesses eleitoreiros", disse Vilela Filho em entrevista à imprensa.