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Chuva mata 13 e desabriga 53 mil em AL; faltam água e comida em 15 cidades

Município de Rio Largo (AL) é atingido pela cheia do rio Mundaú; veja mais fotos - Thiago Sampaio/Agência Alagoas
Município de Rio Largo (AL) é atingido pela cheia do rio Mundaú; veja mais fotos Imagem: Thiago Sampaio/Agência Alagoas

Carlos Madeiro <br> Especial para o UOL Notícias <br> Em Maceió

20/06/2010 12h09

A Defesa Civil de Alagoas informou neste domingo (20) que subiu para 13 o número de mortes por conta das enchentes que atingem 21 municípios do Estado desde a quinta-feira. As vítimas foram encontradas em União dos Palmares (6), Branquinha (3), Paulo Jacinto (1), Joaquim Gomes (1) e Santana do Mundaú (2).

O relatório ainda é parcial. Um corpo foi encontrado na manhã de hoje na cabeceira do rio Mundaú, por moradores de Marechal Deodoro, mas ainda não foi contabilizado oficialmente entre as vítimas das chuvas. Pelo menos seis outras pessoas estão desaparecidas nas cidades de Santana do Mundaú (3), São José da Laje (2) e Quebrangulo (1).

O número de desabrigados e desalojados chega a 53.123. Segundo relatório preliminar, 1.975 casas foram destruídas. O Estado pede a quem perdeu suas casas que procure amigos e familiares, devido à dificuldade em dar abrigo a todos os atingidos.

O governo do Estado decretou situação de calamidade pública nos 15 municípios mais atingidos pelas enchentes. Em todos eles, faltam água potável e comida; em alguns casos, 80% do terreno foi tomado pela água. Nestas cidades, as aulas estão suspensas por tempo indeterminado.

Como baixaram os níveis dos rios Jacuípe, Mundaú, Paraíba e Canhoto, o trabalho de resgate de pessoas ilhadas praticamente terminou. Neste domingo, as autoridades começam a organizar abrigos e a arrecadar agasalhos, comida e água para as cidades atingidas.

Calamidade em União

Segundo a Defesa Civil, o município mais afetado é o de União dos Palmares, a 80 km de Maceió, onde mais de 11 mil pessoas estão desabrigadas e muitas estão desaparecidas. Além disso, falta energia elétrica e o acesso a muitas áreas só é feito de barco ou helicóptero. “O relatório da Defesa Civil municipal aponta para 1.000 desaparecidos, mas esse número precisa ser confirmado. Estamos com as equipes atuando para termos a noção. Ainda é muito recente, e a cidade foi devastada”, afirma o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Neitonio Freitas.

Segundo ele, seis helicópteros participam das operações de resgate e busca de corpos neste domingo nas áreas atingidas pela cheia. “Nós estamos contando com dois helicópteros da Força Aérea Brasileira, um da Polícia Rodoviária Federal e três do Estado. Além disso, já temos o apoio dos outros estados e da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], que ficaram de nos mandar com cestas básicas. O governo federal disponibilizou um avião, que está apenas aguardando a ordem para pegar esses mantimentos nos estados e trazer a Alagoas”, diz.

Segundo a Polícia Rodoviária Feral, três pontos das BR 101 e 316, nos municípios de Rio Largo, Novo Lino e Satuba, estão interditados. Apenas a BR 104 está com tráfego liberado para os carros que trafegam entre Alagoas e Pernambuco.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que enviou kits com medicamentos para atendimento de primeiros socorros às vítimas das enchentes. O Exército também está com equipes nas regiões de difícil acesso e vai auxiliar na distribuição de mantimentos, que estão sendo arrecadados por vários órgãos públicos e empresas no Estado.

A Eletrobras Distribuição e Companhia de Saneamento afirmam que ainda há problemas no fornecimento de água e energia, mas que equipe estão nas ruas tentando sanar os problemas.

Doações

Por enquanto, doações só podem ser feitas diretamente ao Corpo de Bombeiros em Alagoas. Ainda não existe conta bancária disponível para contribuições em dinheiro.