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Juiz pede permanência de Bruno e Macarrão por 30 dias no Rio

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte

25/08/2010 14h22Atualizada em 25/08/2010 15h35

O juiz Marco Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, requisitou, por meio de ofício enviado no dia 12 de agosto ao diretor do presídio de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), a presença do goleiro Bruno Souza e de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, em audiência amanhã e a permanência deles no Rio de Janeiro por 30 dias. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, o pedido foi acatado, mas a defesa dos suspeitos pode recorrer.

Ambos, que estão presos em Minas, vão seguir para o Rio nesta quinta-feira (26) em um avião da Polícia Civil mineira. Após a 1ª audiência de instrução e julgamento, marcada para as 14h de amanhã, serão levados para o Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste da capital fluminense. De acordo com o TJ do Rio, tanto Bruno quanto Macarrão não serão ouvidos nessa audiência, mas são intimados a participar de todo o processo.

O magistrado pretende ouvir, nos 30 dias que pediu a permanência dos suspeitos, todas as testemunhas arroladas em processo, de 2009, em que a dupla é acusada de sequestro, cárcere privado e lesão corporal de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro. Na época, ela estava grávida de um filho que afirmava ser do goleiro.

Os suspeitos estão presos em Minas Gerais desde o dia 9 de julho pela denúncia do suposto assassinato de Eliza, em junho deste ano.

Defesa pode recorrer
A decisão pela permanência de Bruno e Macarrão no Rio, no entanto, poderá ser extinta caso os advogados de defesa consigam liberá-los por meio de habeas corpus, concedido por instâncias judiciais superiores.

O advogado do jogador, Ércio Quaresma, informou que vai recorrer ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça – órgão fiscalizador das instâncias da Justiça).

“Ele tem residência fixa em Minas Gerais. Isso é um absurdo”, disse Quaresma, que adiantou ter entrado com um habeas corpus, nesta quarta-feira (25), pedindo a liberdade de goleiro e os demais réus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Denúncia
Além do processo que tramita no Rio de Janeiro, a Justiça de Minas Gerais aceitou denúncia do Ministério Público, pelo desaparecimento de Eliza Samudio, contra Bruno e mais sete pessoas por quatro crimes: homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Já Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor da moça, foi denunciado pelo MP por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça decretou a prisão preventiva dos acusados. Todos negam envolvimento no crime.

Estão detidos na penitenciária Marcos Aparecido dos Santos, Elenílson Vítor da Silva, caseiro do goleiro, e os amigos Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza (o Coxinha), além de Bruno e Macarrão.

A mulher do goleiro, Dayanne Souza, e a suposta amante do atleta, Fernanda Castro, estão presas na penitenciária Estevão Pinto, e Sérgio Rosa Sales (o Camelo), primo do jogador, permanece no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, anexo ao Departamento de Investigações, em Belo Horizonte.

Já o adolescente J., primo de Bruno, foi condenado pela Vara da Infância e Juventude de Contagem a cumprir medida socioeducativa por tempo indeterminado. A pena aplicada a ele será avaliada semestralmente e não poderá ultrapassar prazo máximo de três anos.

Atualmente, J. está acautelado no Ceip (Centro de Internação Provisória) São Benedito, localizado no bairro Horto, região leste da capital mineira.