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Empresas que fazem segurança de condomínios crescem mais de 20% ao ano

Do UOL Notícias

Em São Paulo

15/09/2010 13h00

Com o aumento do número de assaltos em condomínios na capital paulista na última década, as empresas que atuam na área de segurança residencial registraram crescimento superior a 20% nos últimos anos. Segundo dados da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), os serviços de segurança privada movimentaram no Brasil R$ 15 bilhões em 2009.

Os assaltos a condomínios de luxo começaram a aumentar no início da década e alcançaram o ápice em 2006, quando, segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), ocorreram 32 arrastões em São Paulo. Neste ano, 14 prédios foram assaltados, número quase igual ao do ano passado inteiro, quando foram registradas 15 ocorrências.

O Grupo GR, uma das empresas que atuam no mercado de segurança privada, teve um crescimento de 30% no ano passado, em comparação a 2008, e projeta faturamento de R$ 250 milhões em 2010, 40% a mais do que em 2009. Segundo Paulo Roberto Sá, diretor comercial do grupo, dos 800 clientes da empresa, 600 são condomínios residenciais. O grupo possui cerca de 8 mil funcionários, a maioria atuando na segurança de prédios.

“Como os bancos tornaram-se alvos mais difíceis, o crime migrou. Os assaltantes foram atrás de quem tinha menos preparo e investimento em segurança, ou seja, os condomínios”, afirma Sá. “Antes, os prédios não tinham nenhum equipamento de segurança. Hoje, qualquer um possui pelo menos um sistema básico.”

Já a Haganá, no mercado desde 1997, teve crescimento médio anual de 20% de 2005 para cá, tanto no faturamento quanto no número de funcionários e de clientes, segundo Chen Gilad, diretor de planejamento estratégico da empresa. Atualmente, a Haganá possui mais de mil contratos e 5.400 funcionários.

Metade do valor do condomínio vai para segurança
De acordo com Gilad, o contrato médio com os condomínios é de R$ 20 mil, mas um prédio com 400 apartamentos, por exemplo, gasta cerca de R$ 100 mil por mês só com segurança. O pacote mais barato, para um edifício de pequeno porte, sai por R$ 9.000. “Em prédios de médio e alto padrão em São Paulo, os gastos com segurança consomem, em média, 50% do valor do condomínio”, diz.

Roberto Sá, do GR, afirma que montar um sistema de segurança, com 16 câmeras, cerca elétrica e portões automáticos custa, em média, R$ 20 mil, mas que há condomínios que pagam até R$ 400 mil para ter segurança. Já para manter uma portaria básica, sem vigilância, o valor mínimo é de R$ 9.000.

Segundo levantamento do UOL Notícias, das 14 ocorrências de arrastões a condomínios em 2010, cinco aconteceram na zona sul, quatro na zona oeste e três na região central. Não há informações sobre a localização e a data dos dois assaltos que completam a lista.

Só entre 30 de julho e 9 de setembro desse ano foram cinco crimes desse tipo --na Chácara Klabin, Campo Belo (ambos na zona sul), Aclimação, Liberdade (ambos na região central) e nos Jardins (zona oeste).

Veja abaixo o mapa dos assaltos: