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Brasil tem cinco milhões de mulheres a mais que homens

Elisa Estronioli

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

17/09/2010 10h00

O Brasil tinha em 2009 aproximadamente 5,08 milhões de mulheres a mais que a quantidade de homens, de acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE, divulgada nessa sexta-feira (17). O número representa mais que a população total da Paraíba (3,8 milhões) e quase a população da região metropolitana de Belo Horizonte (5,1 milhões) só de mulheres.

Dos 191,8 milhões de habitantes do Brasil em 2009, 98,4 milhões são mulheres. Isso significa que, para cada 100 mulheres no Brasil, há 94,8 homens. O número de homens para cada 100 mulheres é chamado razão de sexo no jargão técnico.

De acordo com o estudo do IBGE, baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a razão de sexo vem declinando ao longo do tempo, por causa da “sobremortalidade masculina”: apesar de nascerem mais homens do que mulheres anualmente, as mulheres vivem mais. A expectativa de vida ao nascer, para os homens é 69,4 anos, enquanto para as mulheres chega a 77 anos.

Razão de sexo* nas regiões metropolitanas do Brasil

Brasil 94,8
Curitiba 94,6
São Paulo 93
Porto Alegre 91,6
Belém 90,8
Belo Horizonte 89,2
Salvador 88,3
Fortaleza 88,2
Rio de Janeiro 87,4
Recife 85
  • *Quantidade de homens para
    cada grupo de 100 mulheres
  • Fonte: IBGE

“Quando a expectativa de vida era mais baixa, as diferenças entre os sexos também era menor. Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres se beneficiaram mais; não sei dizer se há alguma razão biológica, mas sem dúvida as mulheres se cuidam mais, tratam mais da saúde”, diz Luiz Antonio Pinto de Oliveira, coordenador da pesquisa.

Além disso, há um fator significativo na redução da razão de sexo e que afeta principalmente as faixas etárias mais jovens: os homens estão mais suscetíveis a mortes por causas externas, decorrentes da violência. Oliveira, no entanto, acredita que o fundamental seja mesmo o acesso à saúde, mais “aproveitado” pelas mulheres.

Com esses dois fatores, não à toa, as áreas metropolitanas de grandes cidades apresentam uma proporção menor de homens com relação à média nacional. Entre as regiões metropolitanas (Belém, Recife, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre), a de Recife tem a menor razão de sexo: para cada 100 mulheres, há 86 homens. A mais equitativa entre as regiões metropolitanas, Curitiba, conta com 94,6 homens, pouco abaixo da média nacional.

Quanto às unidades federativas, o Rio de Janeiro é o mais desigual, com 88,6 homens para cada 100 mulheres. Os únicos Estados em que há mais homens do que mulheres são Tocantins (103,6 homens para cada 100 mulheres), Amapá (101,6) e Mato Grosso (100,6). Esses são Estados de fronteira agrícola, onde há significativa imigração masculina.

Com relação às regiões, o Sudeste possui a maior diferença (93,3 homens para cada 100 mulheres) e o Norte a menor (99,1). No Centro-Oeste, a proporção é 96,1, no Sul, 95,3 e no Nordeste, 94,8.