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Anac analisa 364 casos de passageiros afetados por voos cancelados e pode multar Webjet

Do UOL Notícias

Em São Paulo

14/10/2010 18h03

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) está analisando 364 casos de passageiros que foram afetados pelos cancelamentos de voos da Webjet entre 27 de setembro e 1º de outubro. Na época, a Anac determinou, como forma de punição e para evitar um problema maior, a suspensão da venda das passagens. Após o caos, a agência preparou um laudo sobre os problemas registrados e decidiu não multar a Webjet pelos cancelamentos.

Contudo, a Anac irá observar ainda se a companhia deu tratamento adequado aos clientes afetados pelos cancelamentos, ou seja, irá verificar se a Webjet reacomodou ou reembolsou os passageiros e se garantiu a alimentação e hospedagem. Caso alguma irregularidade seja constatada, a agência poderá multar a companhia.

Os cancelamentos entre o final de setembro e o início de outubro foram provocados porque a empresa foi obrigada a reduzir o número de voos para cumprir a lei nº 7.183, que regula os limites de trabalho dos aeronautas. Pela lei, um tripulante de avião a jato não pode ultrapassar 85 horas de voo por mês, 230 horas por trimestre e 850 horas por ano, por questões de segurança operacional.

Em julho, a Webjet foi autuada pela Anac em R$ 225 mil por ter excedido a carga horária da tripulação. A companhia disse que o problema na programação foi localizado em alguns aeroportos do país e que cinco medidas foram tomadas para resolver a situação: reacomodação dos passageiros em voos da própria Webjet; reacomodação em voos de outras companhias aéreas; isenção total das taxas de remarcação normalmente aplicadas; reembolso das tarifas pagas pelas passagens e fretamento de aeronaves.

A companhia afirmou ainda que 90% dos passageiros afetados foram avisados previamente.

Falha do simulador de voo
De acordo com fontes da empresa, na raiz do problema está uma falha nos simuladores de voo da Flex, fornecedora da Webjet, utilizados em treinamento de novos tripulantes. A empresa contratou 64 copilotos e 85 comissários de bordo entre junho e agosto, mas eles não puderem começar a trabalhar porque o treinamento de voo foi comprometido pelo problema no simulador, que ficou inutilizado por 22 dias.

Cerca de 20 copilotos já deveriam ter começado a pilotar no início de setembro, o que reduziria sensivelmente o alto índice de cancelamentos, de acordo com uma fonte da empresa. Os outros contratados iniciarão seus trabalhos em outubro e em novembro.