Para não afetar eleições, PGR deve decidir casos de Bolsonaro no fim do ano
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem dito a interlocutores que não quer tumultuar o processo eleitoral com denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro às vésperas das votações municipais de outubro.
Oficialmente, as campanhas começam em 16 de agosto. Com a data muito próxima e o Judiciário em recesso até o fim de julho, o mais provável é que os processos que miram Bolsonaro sejam mantidos em fogo baixo até o final de outubro, quando se encerra o segundo turno das eleições.
Hoje, existem três investigações abertas no STF (Supremo Tribunal Federal) que podem resultar em denúncias contra o ex-presidente: o caso das joias sauditas, a falsificação de comprovantes de vacinação contra a covid-19 e os inquéritos sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
O mais provável é que Gonet foque primeiro no caso das joias. A avaliação na PGR (Procuradoria-Geral da República) é que esse processo teria mais elementos para embasar a eventual condenação do ex-presidente do que o caso das vacinas.
Tentativa de golpe de Estado
Sobre o 8 de janeiro, o STF já condenou executores e organizadores dos atos antidemocráticos. A próxima fase vai mirar as autoridades que teriam participado da arquitetura do plano para a tomada de poder. Entre os alvos estariam Bolsonaro e integrantes da cúpula das Forças Armadas.
Gonet tomou posse como procurador-geral da República em dezembro de 2023. A expectativa no Judiciário era que ele apresentasse logo uma denúncia contra Bolsonaro —que é alvo de dez investigações no STF, mas até hoje não foi transformado em réu.
No entanto, um comportamento mais cuidadoso tem pautado a atuação de Gonet. A ideia é unir uma quantidade maior e mais robusta de provas contra Bolsonaro antes da apresentação de qualquer denúncia.
Seria uma forma de enfraquecer o argumento do ex-presidente de que é vítima de perseguição judicial.
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