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Após prender dois assaltantes, polícia diz que roubo em joalheria foi "burrice" de "aventureiros"

Arthur Guimarães <br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

24/02/2011 18h09

A Polícia Civil de São Paulo anunciou na tarde desta quinta-feira (24) que, de acordo com investigações e depoimentos de dois bandidos já presos, o assalto à joalheria Dryzun do Morumbi Shopping, no dia 7 de fevereiro, foi a primeira ação do gênero da quadrilha composta por cerca de 15 homens. O delegado Júlio Cesar Teixeira também classificou os assaltantes como "aventureiros" e sua ação como "burrice".

Segundo o delegado Júlio Cesar Teixeira, titular da 2ª Delegacia de Repressão a Roubo de Joias do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), os assaltantes eram “aventureiros” que costumavam praticar outras modalidades mais simples de roubos. “Eram duas turmas, duas quadrilhas que se juntaram.”

A maioria dos integrantes é jovem e tem por volta de 22 anos. “Passaram um risco tremendo para obter um retorno insignificante, ridículo. Para o custo que tiveram para executar, o retorno é ridículo”, explicou a autoridade policial, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24) na sede do Deic, na zona norte de São Paulo.

A inexperiência teria sido o motivo para o grupo escolher a hora do almoço para o roubo, momento em que o risco de problemas é maior. A polícia afirmou que, pelos dados colhidos, o único disparo de arma de fogo registrado dentro do Morumbi Shopping foi dado pelo novato da quadrilha, que teria apertado o gatilho “sem querer”.

Pelas contas do delegado, o bando era formado por 15 ou 16 homens. Com tantos parceiros, diz o policial, o lucro de cada integrante teria sido pequeno. Cada bandido teria arrecadado cerca de R$ 2 mil. “Foi burrice. O preço das peças no mercado é ínfimo, um vigésimo do preço de vitrine. É difícil vender. É um produto que a polícia está atrás”, explicou o delegado, que disse acreditar que a maioria dos bens roubados ainda está na mão dos autores do crime – nada foi recuperado.

No cargo há 10 dias, Teixeira confirmou que prendeu esta semana dois participantes do assalto. Estão detidos o ajudante José Adriano de Oliveira França, o Tio, de 27 anos, e o servente Igor da Silva Oliveira, de 31, que era foragido da cadeia. Ambos confessaram ter cometido o delito.

Na visão do delegado, a quadrilha resolveu entrar nesse segmento criminoso depois que os assaltos a shoppings viraram “moda”. “Os crimes acabam acontecendo em onda, em moda. Acontece um crime, as pessoas escutam e acham que vale a pena. Aconteceu com o sequestro, com o sequestro relâmpago. Mas isso vai diminuir, pois esse tipo de crime não compensa.”

O Deic informou que as investigações continuam e que equipes continuam nas ruas para recuperar as joias roubadas e prender os demais integrantes da quadrilha. Segundo o delegado, os outros 16 crimes do tipo cometidos em 2010 também continuam sob investigação.