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Grupo de 800 mulheres da Via Campesina invade sede de empresa em Triunfo (RS)

Especial para o UOL Notícias<br>Em Porto Alegre

01/03/2011 10h10

Um grupo de 800 mulheres, entre elas 150 crianças, do movimento Via Campesina, ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), invadiu na manhã desta terça-feira (1º) a sede da empresa Braskem em Triunfo (RS) para protestar contra a monocultura da cana-de-açúcar. A empresa é a primeira fabricante brasileira de plástico a partir do etanol.

Segundo a liderança do movimento, a ocupação é pacífica. As camponesas estão no pátio da empresa e, de acordo com as informações da Brigada Militar, não houve violência. Em Passo Fundo, no norte do Estado, outras 400 manifestantes estão bloqueando estradas para protestar contra a utilização de agrotóxicos nas lavouras de feijão e trigo.

As mulheres chegaram à sede da Braskem em 24 ônibus, que partiram de várias regiões do Estado. Segundo uma das líderes do movimento, Luci Piovesan, o ato é preparatório às ações que serão deflagradas em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Segundo Luci, as mulheres pretendem ficar na empresa até 12h. Depois, se encaminham para Porto Alegre, a cerca de 80 quilômetros de Triunfo, para realizar uma marcha de protesto. O roteiro do protesto não foi informado.

A Braskem produz anualmente 200 mil toneladas de polietileno de etanol extraído da cana-de-açúcar. O plástico verde foi o primeiro a ser feito 100% a partir de fontes renováveis no mundo, segundo a empresa. Em 2010, a Braskem inaugurou a primeira planta de eteno verde e assumiu a liderança nacional na produção de biopolímeros.

Em 2006, um grupo de 2.000 mulheres da Via Campesina invadiu a sede da celulose Aracruz em Guaíba (RS) e destruiu o horto florestal da empresa, que servia como incubadora para matrizes de eucalipto. O prejuízo da empresa, na época, chegou a US$ 400 mil. 

A assessoria de imprensa da Braskem informou que não houve registro de violência na ocupação desta manhã.

Na segunda-feira (28), integrantes do movimento ocuparam várias áreas ligadas ao agronegócio em Estados do nordeste. Na Bahia, a Via Campesina invadiu a fazenda Cedro, em Eunápolis. O grupo reuniu 1.500 mulheres. Em Pernambuco, 500 mulheres ocuparam a sede do Incra em Recife. As ações fazem parte da jornada nacional de lutas contra o agronegócio e contra a violência.